Dados do Trabalho
Título
COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR POR DUPLA LESÃO SEPTAL TRAUMÁTICA: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO EM TEMPO SENSÍVEL.
Resumo
INTRODUÇÃO:
Lesões torácicas penetrantes com acometimento cardíaco representam um dos mais devastadores cenários na sala de emergência, com mortalidade que pode chegar a 60%. A comunicação interventricular traumática (CIVT) é identificada em 1-5% dos casos. A apresentação clínica pode variar desde congestão até mesmo com tamponamento cardíaco e choque cardiogênico.
CASO CLÍNICO:
Paciente de 55 anos, avaliado no pronto-socorro por quadro de dispneia, edema de membros inferiores e ortopneia iniciados há cinco dias da admissão. Relatou avaliação em outro serviço por lesão torácica traumática por arma branca vinte dias antes. À época não realizou exames de imagem. Na triagem foi identificado sopro holossistólico 4+/6+, mais audível em bordo esternal esquerdo. O ecocardiograma revelou dupla lesão no septo interventricular, localizadas no segmento médio apical do septo, com 7mm e 4mm de diâmetro, compatível com CIVT e posteriormente confirmadas com a angiotomografia cardíaca. O ecocardiograma transesofágico (ECOTE) identificou insuficiência tricuspídea grave por laceração da banda moderadora e do aparato subvalvar. Por tais achados, a cirurgia cardíaca indicou bandagem pulmonar, vista a impossibilidade de implante da prótese Amplatzer. Apresentou hematêmese secundária à úlcera gástrica benigna confirmada por biópsia, que impedia a utilização de circulação extracorpórea durante o procedimento cirúrgico. Seguiu internado em leito de terapia intensiva para tratamento da úlcera gástrica e posterior realização do procedimento. Por broncoaspiração após novo episódio de hematêmese, necessitou de ventilação mecânica, droga vasoativa e hemodiálise contínua por lesão renal aguda em contexto de choque cardiogênico e hipovolêmico. Apesar dos esforços para a compensação hemodinâmica, inclusive com uso de balão intraaórtico, evoluiu para o óbito secundário ao choque cardiogênico refratário.
CONCLUSÃO:
A CIVT é uma complicação e com alta taxa de morbimortalidade. No caso acima descrito, a realização do primeiro ecocardiograma ocorreu 20 dias após a lesão traumática, e resultou na evolução desfavorável para insuficiência cardíaca e choque cardiogênico refratário. A suspeição clínica através da anamnese inicial é o ponto imprescindível para a realização do ecocardiograma, que apresenta papel fundamental no diagnóstico desta entidade e deve ser realizado ainda no ambiente do pronto-socorro a fim de evitar desfechos catastróficos.
Palavras Chave
Comunicação Interventricular; Septo Interventricular; Ferimentos Perfurantes
Arquivos
Área
IMAGEM CARDIOVASCULAR
Categoria
Jovem Pesquisador
Autores
KALIANA MARIA NASCIMENTO DIAS DE ALMEIDA, ITALO MENEZES FERREIRA, MARIA JULIA SILVEIRA SOUTO, LAYSA OLIVEIRA GROSSI, VINICIUS VAZ DE SALES BICALHO, DIANDRO MARINHO MOTA