Dados do Trabalho
Título
Avaliação comparativa da Notificação de Hipertensão Primária entre Populações Indígenas e Outros Grupos Fenotípicos no Estado do Pará, no periodo 2018 a 2022.
Resumo
Introdução: A Hipertensão Primária (HP) é influenciada por diversos fatores genéticos e ambientais. Tradicionalmente, os povos indígenas adotam hábitos de vida saudáveis, como uma dieta natural e atividade física regular, que podem proteger contra a HP. No entanto, com o crescente aculturamento e mudanças na rotina dessas comunidades, torna-se crucial monitorar o surgimento de hipertensão entre os povos indígenas. Objetivo: Realizar uma análise comparativa da prevalência de hipertensão primária populações indígenas e outros grupos fenotípicos, definidos conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Metodologia: Realizou-se um estudo transversal, descritivo e retrospectivo, com base nos dados secundários fornecidos pelo Sistema de informações hospitalares (SIH/SUS) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas as taxas de mortalidade registadas com Hipertensão Primária (CID - I10), nos grupos fenotípicos definidos pelo IBGE considerando as classificações brancos, pretos, pardos e indígenas notificados no periodo de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, que é o último ano de registro disponível. Resultados: No período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022 foram notificados 4093 mil casos de HP. O grupo fenotipico menos acometido foi a população amarela 0,45% (n=17) seguida da população indigena 0,47% (n=19). O grupo mais acometido foi a população parda 71,94% (n=2890). Em segundo lugar de acometimento ficou a população branca 19,44% (n=781), seguido em terceiro lugar pela população preta 7,7% (n=310). Em todos os anos analisados as taxas de notificação de HP na população indigena se mantiveram sempre abaixo de 1%, como em 2018 0,86% (n=6/690), 2019 0,14% (n=1/677), 2020 0,49% (n=5/1010), 2021 0,64% (n=5/777), 2022 0,23% (n=2/863). Conclusão: No período do estudo, os povos indígenas apresentaram taxa de notificação de HP consistentemente abaixo de 1%, enquanto outros grupos como os pardos, brancos e pretos mostraram taxas mais altas. Este resultado pode representar menor predisposição à HP ou dificuldade de acesso das populações indigenas ao sistema de saúde gerando registos subnotificados. É importante reconhecer que o aculturamento e as mudanças nos estilos de vida estão ocorrendo entre essas comunidades, o que pode aumentar o risco de doenças hipertensivas no futuro, por isso, deve-se continuar monitorando a prevalência de HP nas populações indigenas.
Palavras Chave
Hipertensão Primária; Indígenas; Grupos Fenotípicos.
Área
EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL
Categoria
Iniciação Científica
Autores
HILDA CARLA AZEVEDO GOES , CAROLINA DA COSTA OLIVEIRA, LUCAS BERNARDES LIMA, ANA LUIZA CHAVES ALBUQUERQUE, LUIZA RIBEIRO DOS REIS, LAÍS SOLANO ARAÚJO DA SILVA, SABRINA SARGES RIBEIRO, NINA RAFAELA SERRÃO DE SOUZA, CINDY AYA YAMADA, RAFAEL RENNER FOSECA DE LIMA