Dados do Trabalho

Título

Ataque isquêmico transitório: uma análise de pacientes do Brasil nos últimos 10 anos

Resumo

Introdução: O ataque isquêmico transitório (AIT) é uma síndrome neurovascular aguda atribuível a um território vascular com rápida resolução, que não deixa, ao exame de imagem, evidência de infarto tecidual. Advém da interrupção transitória do fluxo sanguíneo arterial por aterotrombose de grandes artérias, doenças isquêmicas de pequenos vasos, cardioembolia, criptogênico ou outras causas - dissecção arterial ou hipercoagulabilidade -, está associado a déficit neurológico focal e é forte preditor de acidente vascular encefálico (AVE) subsequente. Ademais, hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade, alcoolismo, estresse psicossocial e sedentarismo são fatores de risco. Objetivo: Analisar a demografia, a relação custo-efetividade e o desfecho clínico do AIT no Brasil. Métodos: Estudo observacional e retrospectivo realizado com dados de AIT obtidos no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2023, com as variáveis: internações, média de permanência, custo médio, taxa de mortalidade e dados demográficos. Utilizou-se análise estatística para comparação entre as variáveis com nível de significância de 5%. Resultados: As Tabelas 1 e 2 apresentam a caracterização hospitalar e desfecho clínico e a caracterização demográfica do AIT entre 2014 e 2023 no Brasil, respectivamente. Conclusões: Na série histórica, apesar do aumento no número absoluto de internações, não se constatou aumento percentual estatístico no Brasil, inclusive com redução no Nordeste e Sul. Ainda, houve redução significativa na permanência média hospitalar e na taxa de mortalidade. Tais fatos podem ser atribuídos à maior adesão populacional às mudanças de estilo de vida, viabilizando a redução do risco cardiovascular e a melhoria dos cuidados de saúde predisponentes ao AIT, bem como à mudança de tendências nas admissões hospitalares e à implementação de protocolos de AIT no pronto atendimento com ênfase no acompanhamento a curto, médio e longo prazos. Além disso, houve aumento no custo médio hospitalar, haja vista a progressiva utilização de equipes especializadas, infraestrutura tecnológica e medicamentos mais eficientes, que são recursos onerosos. Por fim, há maior prevalência no sexo masculino e nas faixas etárias a partir de 60 anos, em especial 70 a 79 anos, dado o perfil associado a maiores taxas de fibrilação atrial, hipertensão, doença arterial coronariana e AVE prévio, predispondo eventos tromboembólicos e oclusões de grandes vasos.

Palavras Chave

Ataque Isquêmico Transitório; Epidemiologia; Brasil.

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