Dados do Trabalho


Título

Fechamento percutâneo de canal arterial em adulto com endoprótese de aorta

Resumo

A permeabilidade do canal arterial por mais de 3 meses é considerada uma doença cardíaca congênita que, se não tratada, pode evoluir para complicações cardiovasculares graves, como fibrilação atrial; hipertrofia ventricular com insuficiência cardíaca; doença vascular pulmonar e calcificação.
Paciente do sexo masculino, 45 anos, hipertenso, com queixa de dispneia aos pequenos esforços com alívio em repouso, associada a sopro sistólico contínuo. Ecocardiograma transtorácico: persistência do canal arterial (PCA) com fluxo esquerda/direita e repercussão hemodinâmica, relação do fluxo sanguíneo pulmonar e sistêmico (Qp/Qs) 2,6L/min. Sobrecarga de câmaras esquerdas, insuficiência mitral moderada e fração de ejeção (FE) 54%. Cateterismo cardíaco: hipertensão pulmonar com pressão sistólica a artéria pulmonar (PSAP) 22 mmHg, presença de shunt significativo ao nível da artéria pulmonar, sem lesões coronarianas obstrutivas importantes.
Foi realizada tentativa cirúrgica aberta de fechamento do canal arterial, porém sem sucesso devido a intensa calcificação do canal. Após 1 ano, encaminhado ao ambulatório de hemodinâmica com piora dos sintomas. Novo ecocardiograma transtorácico: ritmo irregular, piora da sobrecarga em câmaras esquerdas, hipertrofia ventricular esquerda excêntrica, acinesia da parede septal. FE 27% e PSAP 45mmHg.
O procedimento foi realizado com a técnica Pre-Close com o uso de 2 unidades de Perclose proglide. Foi posicionado fio guia Lunderquist na raiz da aorta, seguido de posicionamento de endoprótese torácica (37x37x135mm) e liberação junto à artéria subclávia esquerda. A aortografia de controle mostrou endoprótese bem expandida com fechamento completo de fluxo pelo canal arterial patente. O paciente teve boa recuperação pós-operatória, evoluindo com persistência de fibrilação atrial. Teve alta com tratamento clínico otimizado para insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida e anticoagulado devido a fibrilação atrial com retorno e seguimento ambulatorial. Na consulta de seguimento em 1 ano, o paciente apresentou ecocardiograma evidenciando apenas hipocinesia difusa, fração de ejeção de 46%, insuficiência mitral discreta e PSAP 36mmHg.
Este caso demonstra a história natural da PCA, que varia de assintomática a insuficiência cardíaca. Foi apresentada a possibilidade de tratamento endovascular com endoprótese em casos com intensas calcificações e esta abordagem pode ser empregada independentemente do tamanho da PCA, pois é eficaz e segura.

Palavras Chave

Persistência do canal arterial; endoprótese; calcificação do canal arterial

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

FABÍOLA BARBOSA CAMPOS CARRIJO, DANILO OLIVEIRA DE ARRUDA JUNIOR, MICHELLE GONÇALVES BIRTCHE, PEDRO ALEXANDRE NASCIMENTO CARVALHO, LOHRAYNE DE PAULA BORGES, MARIA CÂNDIDA OLIVEIRA DE ARRUDA, DANILO OLIVEIRA DE ARRUDA, ANA PAULA ARRUDA FRAGA, MARCOS VINICIUS DA SILVA