Dados do Trabalho


Título

INOCA – Isquemia Miocárdica com Coronárias Sem Obstrução Significativa. Será outra doença negligenciada?

Resumo

INTRODUÇÃO: INOCA é uma condição subdiagnosticada e pouco reconhecida, devido à heterogeneidade das populações e dos mecanismos de isquemia propostos. As mulheres são mais suscetíveis a essa condição, apresentando mais sintomas de angina e um maior número de hospitalizações recorrentes. No entanto, os fatores predisponentes não são completamente compreendidos. CASO: MAN, 71 anos, mulher, parda, casada, católica, natural e procedente de São Paulo, aposentada, queixa de dispneia progressiva aos moderados esforços acompanhada de desconforto torácico em aperto há 3 meses. Antecedentes: hipertensão arterial, dislipidemia, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica, obesidade, sedentarismo, ex-tabagista, menopausa precoce, gestação gemelar, depressão, ansiedade, episódios de violência doméstica. Em uso regular de: ácido acetilsalicílico, losartana, atenolol, mononitrato de isossorbida, hidroclorotiazida, atorvastatina. Ao exame físico: normotensa, FC 68 bpm e IMC 43,7. Exames complementares: Eletrocardiograma em ritmo sinusal, alterações difusas da repolarização ventricular; Ecocardiograma com fração de ejeção (FE) do ventrículo esquerdo (VE) 68%, contratilidade preservada, disfunção diastólica do grau II. Cintilografia de perfusão miocárdica com dobutamina evidenciou hipoconcentração transitória anterior, apical de média extensão. Carga isquêmica: 16%; queda de FEVE para 56 %; dilatação de VE. O cateterismo cardíaco não demonstrou lesões coronárias obstrutivas. Durante a pandemia, evoluiu com ganho de peso e dor torácica típica, submetida a angiotomografia de coronárias, sem evidência de obstruções significativas e escore de cálcio zero. A terapia medicamentosa foi otimizada, incluindo agentes antianginosos, bem como medicamentos para controle do perfil lipídico e glicêmico. A paciente não apresentou mais episódios de angina e uma nova cintilografia mostrou ausência de sinais de isquemia miocárdica. CONCLUSÕES: Embora INOCA ocorra tanto homens quanto em mulheres, as mulheres parecem ser mais propensas a essa condição. Os fatores de risco, juntamente com os mecanismos do endotélio, contribuem para o estresse oxidativo e a inflamação, levando à lesão e disfunção microvascular, resultando na isquemia e INOCA. O tratamento tem como objetivo o controle dos fatores de risco cardiovasculares, desacelerar a progressão da aterosclerose, reduzir a isquemia e aliviar os sintomas de angina, trazendo uma melhora na qualidade de vida.

Palavras Chave

Isquemia Miocárdica; doença arterial coronariana não obstrutiva

Área

CARDIOLOGIA DA MULHER

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

MARINA ROMERA CAVALLARI, RAFAELA PENALVA, MARINELLA PATRIZIA CENTEMERO, LUIZ FERNANDO TANAJURA