Dados do Trabalho


Título

Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI) sem contraste em paciente doente renal crônico com calcificação valvar extrema

Resumo

Estudos recentes têm investigado técnicas de Implante Percutâneo de Válvula Aórtica
(TAVI) que não requerem o uso de contraste para minimizar complicações renais. Essas
técnicas utilizam tecnologias avançadas de imagem para auxiliar no planejamento e na
execução do procedimento. A abordagem de TAVI sem contraste tem demonstrado
resultados promissores.
Homem de 74 anos com estenose aórtica (EAo), dispneia classe funcional NYHA III.
Apresentava doença renal crônica (DRC) em estágio GIIIB. Já diagnosticado com
sarcoidose hepática, foi submetido a um transplante hepático e necessidade de
terapia imunossupressora. Escores de risco clássicos demonstravam baixo risco cirúrgico
cardiovascular, no entanto apresentava comorbidades e particularidades não
contempladas nos cálculos. Como alternativa, foi incluído em estudo que visava testar a
segurança do implante  da TAVI sem o uso de contraste em pacientes com EAo
importante associado a DRC. Avaliação pré-procedimento realizada com métodos sem utilização de contraste como: ressonância
magnética cardíaca, angiografia aortoilíaca de CO2, tomografia computadorizada (TC)
sem contraste sincronizada com eletrocardiograma e Ecocardiograma 3D (ECO 3D). TC
evidenciou enorme calcificação do anel da válvula aórtica (escore de cálcio > 10 mil HU)(Figura1). A
escolha do tamanho da prótese incluiu a mensuração dos seios de Valsalva e a altura do
anel em relação às artérias coronárias. A prótese aórtica escolhida foi uma auto expansível, que possuía uma saia alongada facilitando o ajuste a superfícies mais irregulares (Figura2). Procedimento realizado com auxílio ECO 3D. Importante
queda do gradiente médio foi evidenciado pelo método, além da ausência de leak
paravalvar. Não apresentou alteração de função renal significativa nos dias subsequentes.
Após troca valvar, apresentou melhora de classe funcional.
O caso relatado ressalta a complexidade do tratamento da EAo na doença renal crônica e
calcificação aórtica extrema. Escores de risco utilizados tendem a subestimar o risco
cirúrgico. A não utilização do contraste amplia as possibilidades de tratamento.
Calcificação muito elevada do anel valvar aórtico apresenta grande desafio ao médico
intervencionista, podendo levar a ruptura aórtica, sendo a prótese balão expansível uma
ótima alternativa, visto que exerce menor pressão sobre a parede do vaso. Por outro lado, há também
maior risco de bloqueios atrioventriculares, presença de leak paravalvar e disjunção de
anel, elevando a complexidade do procedimento.

Palavras Chave

Implante Trans Valvar Aórtico (TAVI); estenose aórtica; TAVI sem contraste

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ESTÊVÃO MAGALHÃES PARDI, ARYELL DAVID PROENÇA, LUCAS MOTTA GANEM, ALEXANDRE ANTONIO CUNHA ABIZAID