Dados do Trabalho
Título
Avaliação de acurácia de critérios eletrocardiográficos e avaliação prognóstica de critérios eletrocardiográficos e ecocardiográficos de hipertrofia ventricular esquerda em adultos brasileiros – estudo longitudinal de saúde do adulto – ELS
Resumo
INTRODUÇÃO: A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é definida pelo aumento da massa do ventrículo esquerdo acima de limites preestabelecidos. É um preditor independente de mortalidade cardiovascular, podendo ser diagnosticada através do eletrocardiograma (ECG), do ecocardiograma transtorácico (EcoTT) e da ressonância magnética cardíaca (RMC). A HVE identificada pelo ECG versus técnicas de imagem, podem ser entidades clinicamente distintas, com informações prognósticas diversas que, devidamente compreendidas, poderão ser utilizadas em benefício do paciente. MÉTODOS: estudo observacional, longitudinal, prospectivo para análise de impacto prognósticos dos marcadores de HVE pelo ECG e pelo EcoTT e transversal de acurácia do ECG para o diagnóstico de HVE quando comparado ao EcoTT. A população do estudo consistiu em indivíduos do estudo ELSA Brasil, o maior estudo já desenvolvido na área de epidemiologia na América Latina. Foram elegíveis para inclusão no presente estudo, participantes da primeira onda do ELSA – Brasil com ECG e EcoTT interpretáveis. O critério de exclusão foi a presença de bloqueios intraventriculares completos (QRS > 120ms) ao ECG. A coorte recrutada é composta por 15 105 participantes. Desse total, foram selecionados todos os casos que possuíam EcoTT realizado e que continham dados de medida para HVE. Os critérios eletrocardiográficos para HVE analisados foram os códigos de Minnesota 3.1; 3.3; 3.1 + 3.3. RESULTADOS: foram avaliados 2853 indivíduos, 54% do sexo masculino. Para diagnóstico de HVE, o código 3.1 de Minnesota apresentou sensibilidade (S) de 7%, especificidade (E) de 96,4%, valor preditivo positivo (VPP) de 21,6% e valor preditivo negativo (VPN) de 87,8%. O código 3.3 apresentou S de 4.7%, E de 98.6%, VPP de 32,1% e VPN de 87,8%. A soma 3.1 + 3.3 apresentou S de 11,7%, E de 94,9%, VPP de 24,9% e VPN de 88,2%. Na análise prognóstica, a presença de HVE pelo EcoTT apresentou hazard ratio (HR) para MACE de 2.6 (IC 95% 1,3-5,0). A presença de HVE pelo código 3.1 de Minnesota apresentou HR para MACE de 2,8 (IC 95% 1,2 – 6,8) e a presença de HVE pelos códigos 3.1 + 3.3, HR para MACE de 2,7 (IC 95% 1,2 – 5,8). CONCLUSÕES: O ECG apresentou baixa acurácia para o diagnóstico quando comparado ao EcoTT sobretudo devido à baixa S e VPP. O valor prognóstico dos critérios eletrocardiográficos para MACE foi similar ao do EcoTT e mantido após ajuste por outras variáveis.
Palavras Chave
Eletrocardiograma; código de Minnesota; ELSA Brasil
Arquivos
Área
ARRITMIAS CARDÍACAS/ ELETROFISIOLOGIA/ ELETROCARDIOGRAFIA
Categoria
Jovem Pesquisador
Autores
LILLIAN GUIMARÃES FARIA, ANTÔNIO LUIZ PINHO RIBEIRO, MARCELO MARTINS PINTO FILHO