Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS DE PACIENTES COM DOENÇA REUMÁTICA CRÔNICA DO CORAÇÃO NO BRASIL DE 2018 A 2022

Resumo

Introdução: A doença reumática crônica (DRC) do coração é uma das principais doenças não transmissíveis em países de baixa e média renda e é responsável por até 1,4 milhão de mortes anualmente, com impacto nos custos do sistema de saúde. Trata-se de uma sequela pós-infecciosa da febre reumática aguda (FRA), a qual é caracterizada como uma doença inflamatória pós-infecciosa das vias aéreas superiores manifestada por um quadro de faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, o qual resulta em uma resposta imune anormal e gera dano valvar. A DCR afeta, mais usual e severamente, a valva mitral que, com o tempo, torna-se disfuncional e aumenta o risco de óbito e desfechos adversos. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das internações e óbitos por DRC no Brasil de 2018 a 2022. Método: Estudo transversal, retrospectivo e descritivo, utilizando dados obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde de 2018 a 2022. As variáveis utilizadas foram óbitos e internações por DRC de acordo com o ano, caráter de atendimento, faixa etária, sexo e etnia. Resultado: No período estudado, o maior número de internações ocorreu na região Sudeste (n=12.025; p=44,57%), seguido do Nordeste (n=6.899 internações). De acordo com o caráter de atendimento, predominou o tipo eletivo, porém com uma diferença de apenas 493 em relação ao caráter de urgência (13738 vs 13245). Quanto à faixa etária prevalente nas internações, a faixa de 50 a 59 anos obteve a maior taxa em todos os anos abarcados pelo estudo, exceto por 2020, no qual predominou a faixa de 60 a 69 anos. Em relação ao sexo, prevaleceu a internação entre mulheres e, de acordo com a raça, os indivíduos pardos foram os que mais apresentaram necessidade clínica de internação em todos os períodos. Corroborando com o maior número de internações pertencentes à região Sudeste, o maior número de óbitos no período analisado também ocorreu nessa região, com uma taxa de 45,61% do total de óbitos. Conclusão: Os dados evidenciaram predomínio de internações e óbitos no Sudeste; e de internações na faixa etária de 50 a 59 anos, entre mulheres e pardos, ressaltando a importância dos fatores relacionados à distribuição e progressão da doença. Assim, o entendimento dessas informações epidemiológicas pode guiar medidas de saúde pública, oferecendo embasamento para a criação de políticas destinadas a promover saúde cardiovascular e reduzir a morbimortalidade por DRC.

Palavras Chave

Cardiopatia Reumática; Epidemiologia; MORBIMORTALIDADE

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

VINICIUS ALBUQUERQUE OLIVEIRA, THIAGO DE OLIVEIRA DOS SANTOS, LARISSA GABRIELLE SOBRAL, LUCAS DE JESUS SILVA, SASKIA EVELLINE SENA, WEDSON SILVEIRA SANTOS, FERNANDA LUIZA RAMOS, RENATA VERAS BARROS