Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E ELEMENTOS DA HISTÓRIA TABÁGICA EM FUMANTES EM PROCESSO DE CESSAÇÃO

Resumo

INTRODUÇÃO:
Transtornos depressivos são muito prevalentes na população e agregam aos seus portadores incapacidade física, social e ocupacional, independentemente de sua gravidade. O tabagismo está frequentemente associado a transtornos mentais, como a depressão. Tal associação pode reduzir a expectativa de vida do indivíduo, além de dificultar a interrupção do vício.

OBJETIVOS:
Avaliar aspectos clínicos e de história tabágica e a depressão entre fumantes em processo de cessação.

MÉTODOS:
Estudo de coorte transversal avaliando fumantes com multimorbidades, entre 08/2021 e 04/2024. Definiu-se depressão: Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) ≥9 pontos; déficit cognitivo: Avaliação Cognitiva de Montreal (MOCA) <26 pontos; fumante pesado: uso ≥20 cigarros/dia; triglicerídes anormal > 150 mg/ dL; pressão arterial diastólica anormal (PDa): >90mmHg. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), gastrite, ansiedade, bipolaridade e sintomas como angina foram autorreferidos. As variáveis clínicas dos tabagistas foram comparadas com depressão por testes de Qui-quadrado (variáveis dicotômicas) e Test-T (variáveis contínuas), p >0,05, considerado significativo.

RESULTADOS:
Foram avaliados 179 fumantes de 25 grupos consecutivos de tratamento. Idade foi de 57,71±7,1 anos; 83,1%, mulheres; 53,4% eram brancos e 37,6% casados. O tempo de vício foi 40,18±12,64 anos, com 61,7% sendo fumantes pesados. Depressão esteve presente em 58,1% da amostra. Ao se comparar tabagistas com depressão com aqueles sem, foi constatado que os primeiros eram maioria do sexo feminino (p<0,004) e solteiros ou viúvos (p<0,059). Os depressivos eram mais sedentários (p<0,011), tinham maior prevalência de DPOC (p<0,001), gastrite (p<0,003), DRGE (p<0,013), angina (p<0,056), déficit cognitivo (p<0,016), além de ansiedade (p<0,018) e bipolaridade (p<0,002). Tinham maiores prevalências de PADa (p< 0,059), triglicérides anormal (p<0,052), hipertrofia ventricular esquerda ao eletrocardiograma (p<0,039). Quanto à história tabágica: menor prevalência de fumantes pesados (p<0,048), maiores gatilhos de dependência (p<0,006) e de stress (p<0,023).

CONCLUSÕES:
No estudo apresentado, houve alta prevalência de depressão e uma associação positiva para várias comorbidades tabaco-dependentes. À despeito do alto consumo de cigarros diários e da alta dependência nicotínica da amostra, não houve predomínio de fumantes pesados, mas gatilhos ligados ao stress e à dependência foram significativos.

Palavras Chave

TABAGISMO; cessação tabágica; depressão

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ARTUR TOSATTI SANTOS RANGEL, SARAH QUICK LOURENÇO DE LIMA, LARISSA DOS SANTOS JARBAS, PAULO RICARDO MELO SANTOS, LAYSA SOARES MELO, LUIZ GUSTAVO REIS CARVALHO, LORENZO BATISTA OLIVEIRA, RAFAELA PASCHOALIM ROCHA, ARISE GARCIA DE SIQUEIRA GALIL, DIANE MICHELA NERY HENRIQUE, ELIANE FERREIRA CARVALHO BANHATO