Dados do Trabalho
Título
Inovação no Manejo da Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva: Relato de Caso de Ablação por Radiofrequência
Resumo
A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença genética comum do coração, caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, especialmente no ventrículo esquerdo. Avanços recentes nos tratamentos intervencionistas, incluem a alcoolização de ramos septais da artéria coronária, miectomia cirúrgica e a mais inovadora, aplicação de radiofrequência por cateter, com mapeamento eletroanatômico, oferecendo melhores resultados e menor risco para os pacientes. Relato: 74 anos, hipertensa, diabética e com CMH (realizado previamente alcoolização em região septal), com queixa de piora da classe funcional. Apresentava ECG em ritmo sinusal e sobrecarga do ventrículo esquerdo; troponina de 24 e proBNP de 5660. Realizado ECOTT com fração de ejeção de 75%, aumento assimétrico da espessura miocárdica em região basal do septo interventricular de 16mm, gradiente na via de saída do ventrículo esquerdo em repouso de 96mmHg e 118 mmHg com manobra de Valsalva, átrio esquerdo (AE) de 47mm, refluxo mitral moderado. Foi submetida a ablação por radiofrequência (RF) guiada por ecocardiograma transesofágico, com aplicação no local de maior turbilhonamento. Recebeu alta após alguns dias e após 1 mês realizou novo ECOTT, que mostrou diminuição de AE (41) e diminuição do gradiente na via de saída do VE para 15mmHg em repouso e 18 mmHg com manobra de Valsalva e melhora da classe funcional. Discussão: Pacientes com obstrução da VSVE e sintomas persistentes, apesar da terapia medicamentosa, podem se beneficiar da redução septal. A miectomia e alcoolização septal são opções invasivas, resultando em melhorias na classe funcional. No entanto, pode ocorrer necessidade de reintervenção devido à persistência de gradiente residual sintomático. Por outro lado, a ablação por radiofrequência tem demonstrado, até o momento, segurança em longo prazo, além de ser uma opção eficaz para reduzir o gradiente da VSVE e melhorar os sintomas. Conclusão:Os tratamentos minimamente invasivos estão ganhando destaque como a ablação por radiofrequência na CMH. É interessante notar que a paciente mencionada já havia sido submetida previamente à alcoolização, no entanto a persistência de um gradiente residual sintomático exigiu uma nova intervenção. A ablação por radiofrequência na CMH representa uma opção terapêutica inovadora, segura e eficaz. Os avanços nessa área estão permitindo aos médicos oferecerem opções mais personalizadas e menos invasivas para o tratamento da CMH melhorando a qualidade de vida.
Palavras Chave
Cardiomiopatia Hipetrófica
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Pesquisador
Autores
NEIVA ANGELINA BOLONHIN BELTRAO, BIANCA DIAS RANGEL FARIA, FLAVIA IRENNO TROIANI, VINICIUS SANTIAGO DE LIMA, ANDRE FELDMAN, GUILHERME D ANDREA SABA ARRUDA, LUCIANA VIDAL ARMAGANIJAN, RAFAEL AUGUSTO MENDES DOMICIANO