Dados do Trabalho


Título

Trombo móvel em câmaras cardíacas direitas secundário a síndrome neoplásica

Resumo

Introdução: É bem documentada a relação entre tromboembolismo venoso e câncer, sendo a incidência 5 a 9 vezes maior do que na população geral. Adequado diagnóstico e tratamento são essenciais devido a morbimortalidade relacionada a essa condição. O achado de trombo intracardíaco representa desafio também pela dificuldade terapêutica.
Descrição do Caso: Paciente masculino, 22 anos, sem antecedentes prévios, teve diagnóstico oncológico de neoplasia germinativa mista, com presença de componente Teromatoso Maduro Maligno e Carcinoma Embrionário. Iniciou tratamento com bleomicina, etoposídeo e cisplatina, mas após primeiro ciclo evoluiu com SARA. Trocado esquema para etoposídeo, ifosfamida e cisplatina, com boa tolerância e sendo finalizado o tratamento inicial com quatro ciclos. Nos exames de controle após os quatro ciclos, boa resposta oncológica, com redução importante das lesões, mas feito diagnóstico de extensa imagem móvel intracardíaca em câmaras cardíacas direitas. Paciente assintomático, com marcadores tumorais inicialmente em queda, encaminhado para avaliação de cirurgia cardíaca. Durante avaliação para abordagem cirúrgica cardíaca, feito diagnóstico de recidiva oncológica, com elevação dos marcadores tumorais e PET sugestivo de lesão tumoral ativa. Indicado, portanto, a retomada do tratamento oncológico. Após realização de ressonância cardíaca e novas tomografias, a caracterização da imagem intracardíaca era sugestiva de trombo tumoral com origem desde a veia cava inferior. Ecocardiograma transtorácico e transesofágico mostraram trombo extremamente móvel. Pelo alto risco de embolização do trombo e crescimento rápido em curto período de tempo, após discussão multidisciplinar, optado pela realização de cirurgia cardíaca combinada com abordagem abdominal do trombo previamente a retomada do tratamento oncológico. Realizada laparotomia mediana e toracotomia com trombectomia com retirada completa do trombo intracardíaco até sua origem na veia cava inferior. Paciente evoluiu com boa recuperação pós operatória, recebendo alta hospitalar após 10 dias da abordagem e em condições clínicas de retomar o tratamento oncológico.
Conclusões: O manejo adequado de trombos intracardíacos é desafiador, principalmente no paciente com câncer ativo. No caso apresentado, o tratamento definitivo só seria possível com abordagem cirúrgica. O desfecho positivo em relação ao extenso trombo intracardíaco permitiu a retomada segura do melhor tratamento oncológico proposto.

Palavras Chave

Cardio-Oncologia

Arquivos

Área

CARDIO-ONCOLOGIA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ARMINDO JREIGE JUNIOR, ROBERTO VITOR ALMEIDA TORRES, ISABELA BISPO SANTOS DA SILVA COSTA, REGINALDO SEGUNDO GONZALEZ GONZALEZ, DEBORA TEIXEIRA MARQUES, THAIS DOS SANTOS VIEIRA PERLAKY, PATTI KAORI NISHI LEE, JULIANA BARBOSA SOBRAL ALVES, VITOR MOISES EVANGELISTA LARA, LUDHMILA ABRAHÃO HAJJAR