Dados do Trabalho


Título

Presença de Infarto Agudo do Miocárdio em pacientes com Dor Torácica Tipo A ou B e Bloqueio de Ramo esquerdo e/ou Sobrecarga Ventricular Esquerda no Eletrocardiograma de Admissão do Projeto S.O.S. Coração

Resumo

Introdução: A incidência de pacientes com BRE e IAM varia consideravelmente. Na suspeita de síndrome coronariana aguda (SCA), a diferenciação entre BRE ‘novo’ e ‘velho’ é limitada pela falta de eletrocardiogramas (ECGs) prévios. A pontuação de Sgarbossa ≥3 é altamente específica, mas muito pouco sensível. SVE frequentemente está associada a BRE e pode apresentar supradesnível do segmento ST (supraST) em V1 a V3, mas o supra tem proporcionalidade com a profundidade da onda S, devendo ser > 25% da amplitude para ser considerado IAM.
Objetivo: Analisar ECGs da admissão de pacientes do Projeto S.O.S Coração que apresentavam BRE e/ou SVE e correlacioná-los à presença ou não de IAM.
Métodos: Estudo observacional do tipo documental e exploratório. O município implementou o projeto SOS em março/2023, em que pacientes com dor torácica sugestiva de SCA, ECG com supraST ou BRE ‘novo’ são transferidos a hospital de referência para realização de angioplastia primária em até 2 horas. ECGs foram analisados a partir dos prontuários médicos, de acordo com Diretriz da SBC. Definição de IAM implica na elevação de troponina com comportamento dinâmico em contexto clínico de isquemia miocárdica.
Resultados: Entre março e novembro de 2023 foram atendidos 157 pacientes pelo Projeto SOS coração, média etária de 62 ± 11,67 anos, 98 homens (62%). Dezesseis pacientes apresentavam dor tipo A ou B e BRE ao ECG de admissão. Entre eles, 13 também apresentavam SVE. Os critérios de Sgarbossa foram 0 em 5 pacientes, 2 em 11 e ≥ 3 em nenhum. Apenas 2 pacientes apresentaram IAM (12,5%) (Sgarbossa = 2). Artéria culpada foi descendente anterior em 1 e coronária direita no outro. BRE foi ‘novo’ em apenas 1 paciente. Da casuística de 157 pacientes, 12 apresentavam SVE (sem BRE). Em 6, o supradesnível era < 25% da amplitude da onda S de V1 e V3 e em todos confirmou-se que não houve IAM. Nos outros 6 (50%), o supraST não foi relacionado à SVE, ocorreu na parede inferior e/ou lateral e em todos foi confirmado IAM.
Conclusão: Apenas 12,5% dos pacientes com BRE e dor torácica tipo A/B confirmaram IAM, sendo 50% dos com SVE sem BRE. A associação de alterações dificulta a correta interpretação do ECG na SCA, em especial a presença de BRE e SVE, onde a presença de desnivelamento do segmento ST e alterações da repolarização não necessariamente indicam isquemia aguda, sendo fundamental utilizar os critérios recomendados nas diretrizes. Necessário também estimular os pacientes a terem um ECG anterior.

Palavras Chave

bloqueio de ramo esquerdo; SOBRECARGA VENTRICULAR ESQUERDA; Infarto Agudo do Miocárdio

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

ANDRÉ CALDAS ALECRIN, RACHEL BITTENCOURT RIBEIRO RODRIGUES, GABRIEL HENRIQUES CABRAL, ALICE DUARTE BAPTISTA, MARIA CLARA ROCHA GONÇALVES, CELMO FERREIRA SOUZA JÚNIOR, JAMIL SILVA SOARES, MÁRCIA AZEVEDO CALDAS ALECRIN