Dados do Trabalho


Título

Octagenária portadora da mutação do Fator V de Leiden submetida à oclusão de apêndice atrial esquerdo: relato de caso

Resumo

INTRODUÇÃO
A mutação do fator V de Leiden é uma condição genética que acomete um ponto único no sítio de inativação do fator V impedindo a ligação com a proteína C ativada, resultando em um estado pró-trombótico.
A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais comum do mundo com predomínio na população idosa, e está relacionada com elevado risco de eventos tromboembólicos.
A oclusão do apêndice atrial esquerdo (OAA) é um procedimento minimamente invasivo, visando a tromboprofilaxia em pacientes com FA e contraindicação de anticoagulação oral (ACO).

DESCRIÇÃO DO CASO
Paciente M.S.F.R.S., octogenária com fragilidade severa, dependente para atividades básicas e instrumentais da vida diária, portadora da mutação heterozigótica do fator V de Leiden, dislipidêmica, ex-tagabista, obesidade sarcopênica e apresenta FA permanente em uso inicial de varfarina.
Antecedentes de trombose venosa profunda em membro inferior direito, comunicação interatrial corrigida por atriosseptoplastia, quatro eventos prévios de acidente vascular encefálico (AVE) com sequela motora à direita, e osteoporose associado a múltiplas fraturas de vértebras com correção cirúrgica.
Além disso, apresentava má adesão ao uso de varfarina com acompanhamento irregular do controle de INR, associado com episódios de sangramentos gastrointestinais. Por isso, optou-se pela realização da oclusão do apêndice atrial esquerdo para prevenção secundária de eventos tromboembólicos.
A paciente fez uso de ácido acetilsalicílico (AAS) 100mg e clopidogrel 75mg durante 6 meses pós-procedimento, seguido da suspensão dessas medicações e introdução da rivaroxabana 15mg, devido ao risco elevado de eventos tromboembólicos propiciados pela trombofilia.
Atualmente em uso de metoprolol 200mg/dia; digoxina 0,125mg/dia; omeprazol 20mg/dia; clonazepam 2mg/dia e rivaroxabana 15mg/dia.

CONCLUSÃO
Segundo ensaios clínicos randomizados, a OAA não mostrou-se inferior ao uso de ACO quanto a ocorrência de AVE e embolismo sistêmico, como também demonstrou superioridade quanto a menores taxas de mortalidade cardiovascular.
O estudo PROTECT-AF recomenda o uso de ACO associado ao AAS por 45 dias, seguido da dupla antiagregação plaquetária durante 6 meses e após isso, uso indeterminado de AAS isolado. Porém a anticoagulação ideal pós-intervenção permanece um desafio.
O futuro da OAA está relacionado com a experiência do operador, evolução da tecnologia dos dispositivos, consenso da terapia antitrombótica e manejo das principais complicações.

Palavras Chave

Fibrilação atrial; oclusão do apêndice atrial esquerdo; mutação do fator V de Leiden

Área

CARDIOGERIATRIA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

CAROLINE HARUMI SERICAWA SARUHASHI, PAMELLA RIBEIRO PEDROSA, NEIRE FERREIRA ARAÚJO