Dados do Trabalho


Título

Telecardiologia em pacientes com dor torácica crônica: análise descritiva de teleinterconsultas nas Regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil

Resumo

Introdução: A telecardiologia é recurso do sistema de saúde associado a melhora do diagnóstico e prognóstico de diversas situações. O perfil clínico, as condutas tomadas e a resolutividade de avaliação de dor torácica crônica por telemedicina não são completamente conhecidos. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, realizado de fevereiro de 2020 a março 2024, em uma população de pacientes avaliados por teleinterconsulta cardiológica no projeto PROADI-SUS de assistência médica especializada por telemedicina nas Regiões Norte e Centro-Oeste do país. Os critérios de inclusão envolviam pacientes adultos (> 18 anos), encaminhados pela atenção básica, cujo motivo de encaminhamento era avaliação de dor torácica. Pacientes com problemas de conexão que não tiveram atendimento completado foram excluídos da análise. Resultados: Foram analisados 1.245 pacientes que passaram em avaliação especializada cardiológica via telemedicina pela primeira vez, sendo 675 (54,22%) do sexo masculino, com idade com mediana de 54 (41-64) anos. Apenas 221 (17,75%) pacientes apresentavam dor torácica consideradas típica, 829 (66,59%) apresentavam pelo menos dois fatores de risco para doença coronariana. Após a primeira consulta, apenas 32 (2,37%) dos pacientes tiveram alta da especialidade, 30 (2,41%) foram encaminhados para avaliação presencial imediata, 1183 (95,02) tiveram retorno solicitado após realização de exames complementares. Dos exames solicitados, 943 (75,74%) foram provas isquêmicas, 770 (61,85%) ecocardiograma, 455 (36,55%) radiografia de tórax, 375 (30,12%) exames laboratoriais, 156 (12,53%) cateterismo, 84 (6,75%) tomografia de tórax, sendo 76 (6,1%) angiotomografia de coronárias. Após a primeira consulta, 251 (20,16%) pacientes receberam prescrição de AAS, 35 (2,81%) clopidogrel, 387 (31,08%) estatinas, 9 (0,72%) nitrato, 165 (13,25%) betabloqueadores e 24 (1,93%) analgésicos. Após um primeiro retorno, 550 (44,17%) foram reencaminhados para unidade básica de saúde. Após um segundo retorno, apenas 161 (13%) foram referenciados para seviços terciários. Conclusão: os telecardiologistas conseguem, com recursos das unidades básicas SUS, estratificar o risco e propor condutas não intervencionistas para a maioria dos pacientes encaminhados por dor torácica crônica. Uma pequena parcela dos pacientes necessita seguimento em serviço terciário após teleinterconsultas cardiológicas.

Palavras Chave

Telemedicina. Cardiologia. Dor torácica

Área

SAÚDE DIGITAL / INOVAÇÃO

Categoria

Pesquisador

Autores

TARSO AUGUSTO DUENHAS ACCORSI, MAURICIO RIGODANZO MOCHA, FLAVIO MOREIRA TOCCI, RENATA ALBALADEJO MORBECK, CARLOS HENRIQUE SARTORATO PEDRROTI