Dados do Trabalho


Título

Ataque isquêmico transitório após cardiotoxicidade induzida por trastuzumabe ou deruxtecan

Resumo

O câncer de mama é a neoplasia mais frequente entre as mulheres, com elevada morbimortalidade. Com o advento de novos medicamentos, houve aumento na sobrevida global; entretanto, algumas medicações utilizadas no tratamento de câncer de mama HER2, pode promover cardiotoxicidade que representa uma das complicações mais temidas, destacando-se insuficiência cardíaca com disfunção ventricular.
Paciente feminino, 66 anos, hipertensa e diabética, com carcinoma ductal infiltrante na mama esquerda diagnosticado em 2014, foi realizado trastuzumabe adjuvante; docetaxel + trastuzumabe + pertuzumabe por 6 ciclos e procedido tratamento de manutenção com trastuzumabe + pertuzumabe, então em 2018 houve progressão da doença em pleura. Em 2021 foi evidenciado linfangite pulmonar carcinomatosa e realizado trastuzumabe-Deruxtecan, com ótima resposta terapêutica, porém no quarto ciclo, evoluiu com pneumonite grau 3 e foi internada e indicou-se a suspensão do deruxtecan, mantido trastuzumabe, reduzindo a pneumonite para grau 1 após 4 meses. 1 mês após a suspensão do deruxtecan apresentou redução da fração de ejeção para 29% sendo indicado a suspensão do trasuzumabe. A paciente fez acompanhamento regular por ecocardiografia durante o tratamento, tendo sido esse processo fundamental para a detecção precoce e o manejo adequado da cardiotoxicidade, não foi possível afirmar que a cardiotoxicidade foi induzida pelo deruxtecan ou trastuzumabe, devido ao uso de longa data desta e pela suspensão recente daquela. Além disso, foi evidenciado trombo no ventrículo esquerdo, recebeu alta com anticoagulação e foi readmitida 3 dias depois com diagnóstico de ataque isquêmico transitório. Foi realizado seguimento com ecocardiografia conforme orientado por literatura e, após 2 anos, notou-se melhora progressiva e significativa da fração de ejeção, atingindo-se 63%.
Este estudo mostra a importância do acompanhamento da fração de ejeção pela ecocardiografia em pacientes com uso de drogas cardiotóxicas; no caso em análise, foi identificado a disfunção ventricular em tempo hábil, realizado o seguimento após suspensão das drogas cardiotóxicas e observou-se recuperação da fração de ejeção, o que confere com o padrão de cardiotoxicidade do tipo II em que o dano ao miocárdio é reversível. Além disso, devido a droga cardiotóxica, houve risco de acidente vascular cerebral e sequelas neurológicas pelo tratamento do câncer.

Palavras Chave

Cardiotoxicidade; Complicações

Área

CARDIO-ONCOLOGIA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

FABÍOLA BARBOSA CAMPOS CARRIJO, FERNANDA ALVES DE SOUSA COSTA, MURILO POVOA OLIVEIRA LUSTOSA, LOHRAYNE DE PAULA BORGES, SHAYERA MIRANDA, VANESSA MORAES DIAS, MARCELO ROSA GUAZINA, GABRIELY MARJORIE DORNER ROSA, GEOVANNA BRUNA HERANE SCHAUREN, CHRISTIANE YULE DE BARROS FIGUEIREDO SIMAN