Dados do Trabalho

Título

ACOMPANHAMENTO DO IMC EM VISITAS PÓS - IAM: PACIENTES CONTROLAM O SOBREPESO CONFORME ORIENTAÇÃO MÉDICA?

Resumo

INTRODUÇÃO: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a necrose do músculo miocárdio por consequência da obstrução aguda das artérias coronárias. Inúmeros condições clínicas aumentam o risco de desencadear o IAM, mas mesmo fatores mutáveis, como a obesidade e o sobrepeso, podem ser desafiadores para controlar, apesar dos esforços de médicos e pacientes.

OBJETIVO: O objetivo do estudo é analisar a evolução do índice de massa corpórea (IMC) dos pacientes após um IAM orientados pelos profissionais de saúde de um hospital universitário.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva. Os dados coletados foram extraídos dos prontuários médicos dos pacientes do ambulatório pós-IAM de um hospital universitário que iniciaram o acompanhamento em maio de 2023. Todos os pacientes foram orientados a manter uma alimentação saudável e prática de atividade física regular. O IMC médio na primeira visita do acompanhamento foi comparado ao IMC das visitas subsequentes.

RESULTADO: No total, foram analisados 107 pacientes que sofreram IAM, com idades variando entre 36 e 89 anos, dos quais 33,6% eram mulheres. Durante as três primeiras visitas ao ambulatório de pós-infarto, uma parte dos pacientes não teve dados de IMC disponíveis. No estudo, a obesidade foi definida como IMC ≥30 kg/m² enquanto o sobrepeso foi definido como IMC entre 25 e 30 kg/m². Na primeira visita, 28,7% dos pacientes apresentaram obesidade e 33,0% apresentaram sobrepeso. 65 pacientes fizeram a segunda visita ocorreu, em média, 101 dias após a primeira, com 32,3% dos pacientes classificados como obesos e 30,7% com sobrepeso. Na terceira visita, que ocorreu, em média, 190 dias após a primeira e com 35 pacientes, os resultados foram de 32,4% para obesidade e 29,7% para sobrepeso. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as prevalências de sobrepeso e obesidade entre as visitas.

CONCLUSÃO: Apesar das instruções fornecidas, não foi observada uma diminuição significativa nos índices de obesidade e sobrepeso. Houve, ao invés disso, uma inclinação para o aumento desses índices durante o seguimento, o que pode demonstrar o potencial desafio ao comprometimento dos pacientes com as recomendações médicas de mudança de estilo de vida. O estudo pode indicar a necessidade de busca de estratégias mais eficazes para incentivar mudanças no estilo de vida e gestão do peso neste ambiente clínico.

Palavras Chave

Obesidade; sobrepeso; infarto agudo do miocárdio.