Dados do Trabalho


Título

Relação entre Obesidade Abdominal, Dislipidemias e Diabetes Mellitus em pacientes do Ambulatório Pós-IAM em um Hospital Universitário

Resumo

Introdução
Dada a significativa morbimortalidade do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), é essencial compreender os fatores de risco associados a essa condição. Anormalidades metabólicas como Diabetes Mellitus (DM), hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia estão associadas ao IAM, mas dependem de exames laboratoriais para o diagnóstico. A obesidade abdominal (OA), por outro lado, medida pela circunferência abdominal (CA) pode ser feita a qualquer momento com uma fita métrica. Sua capacidade como preditora confiável para outros fatores metabólicos de risco cardiovascular, no entanto, precisa ser avaliada.
Objetivo
Analisar a correlação entre o aumento da CA dos pacientes do ambulatório pós-IAM de um Hospital Universitário com dados de HbA1c, hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia.
Metodologia
Estudo de coorte retrospectiva realizada com pacientes durante a internação por IAM e 1ª consulta pós-IAM, entre maio de 2023 e abril de 2024. A CA foi medida na 1ª consulta pós-IAM, classificando-os com OA (CA≥102cm homens, ≥88cm mulheres) ou sem OA. Os valores de colesterol LDL, HbA1c e triglicerídeos foram obtidos nos exames de admissão do evento de IAM. A comparação entre os valores médios dos exames foram feitas pelo teste t-student e a da prevalência entre pacientes e com valores alterados dos exames em ambos os grupos pelo qui-quadrado.
Resultados
Dos 107 pacientes inicialmente avaliados, 71 com dados completos foram incluídos. Os pacientes tinham de 36 a 87 anos e tiveram a 1ª consulta pós-IAM em média 62 dias após o evento. 36 pacientes (51%) apresentaram OA e 35 (49%) não apresentaram OA. A análise estatística demonstrou que, em média, os pacientes com OA apresentaram níveis mais altos de HbA1c (8,1% vs. 6,6%) e triglicerídeos (130,7mg/dL vs. 81,6mg/dL) em comparação com os não obesos (p<0,05 para ambas as comparações). As médias dos níveis de LDL foram semelhantes entre os dois grupos (119,5mg/dL para obesos e 118,1mg/dL para não-obesos, p>0,05).
Conclusão
A OA, indicada pelo aumento da CA, correlacionou-se com níveis mais altos de HbA1c e trigliceridemia, mas não com LDL elevado, comparado a não-obesos. Desta forma, essa medição simples pode trazer, quando não há dados de exames metabólicos, uma capacidade de predizer um perfil metabólico de maior risco cardiovascular e a premência de controlar essas condições. Contudo, a falta de correlação entre a hipercolesterolemia LDL e a OA indica necessidade de estudos mais aprofundados do perfil dos pacientes pós-IAM.

Palavras Chave

Infarto Agudo do Miocárdio; Obesidade; Diabetes mellitus

Arquivos

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

JAQUELINE FREIRE CARDOSO, HELLEN CRISTINA DOS SANTOS, JULYANE CRISTINA DOS SANTOS FELICIO, ISABELLA GOMES MAGGESSI, ANA JÚLIA PINTO PEREIRA, BRUNO DE SOUZA PAOLINO