Dados do Trabalho

Título

A atividade física como uma estratégia no processo de cessação tabágica entre fumantes com multimorbidades

Resumo

Introdução:
A prática regular de atividade física é fundamental e benéfica em qualquer idade, e representa um instrumento para preservação e melhoria da saúde física e mental. Entre fumantes, o exercício físico pode ser uma arma efetiva no processo da cessação, com grande impacto na saúde desta população.

Objetivos:
Avaliar a associação entre os aspectos clínicos e de história tabágica e o sedentarismo entre fumantes com multimorbidades, em processo de cessação tabágica.

Métodos:
Estudo misto, de coorte transversal e acompanhamento longitudinal de fumantes, entre 09/2021 e 04/2024. Acompanhados 25 grupos consecutivos de tratamento, supervisionados por equipe multidisciplinar, com reuniões periódicas, abordagem cognitivo comportamental, avaliação das condições biopsicossociais e tratamento medicamentoso, quando necessário. Definições: Sedentarismo, auto relato. Depressão, Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) >9pontos; síndrome de apnéia obstrutiva do sono (SAOS), Stop-Bang >5 pontos; alta dependência nicotínica, Teste de Fargestrom ≥5 pontos.

Resultados:

Avaliados 179 fumantes, idade de 57,71±7,1 anos, 83,1%, mulheres; 53,4%, brancos; 37,6%, casados.Tempo de vício, 40,18±12,64 anos; fumantes pesados (uso ≥20 cigarros/dia), 61,7%. Sedentários: 45,1% da amostra. Ao se comparar tabagistas sedentários com aqueles não sedentários, observou-se que os sedentários apresentavam depressão tanto por auto relato (p<0,060) quanto pelo PHQ-9 (p<0,011); maior transtorno como ansiedade (p<0,023); maior prevalência de Insuficiência Cardíaca (p<0,080) e SAOS (p<0,011). Aliado, constatou-se que os sedentários apresentaram tendência à menor cessação tabágica na semana 8 (p<0,090) e redução significativa na semana 12 (p<0,004). Naqueles sedentários que mantiveram-se fumando, observou-se um maior uso diário de cigarros fumados ao longo das semanas de acompanhamento, mais exuberante da semana 4 à semana 12, com p valor respectivos de: semana 4 (p <0,070); semana 8 (p <0,003); semana 10 (p <0,001) e semana 12 (p <0,010).

Conclusões:
Entre os fumantes estudados, o sedentarismo foi prevalente, associando-se com outras comorbidades. A prática de atividade física mostrou-se benéfica na cessação tabágica, especialmente entre a oitava e décima segunda semana de tratamento, e com nítida redução do número de cigarros diários fumados durante o processo. Recomenda-se valorizar a atividade física como uma estratégia relevante no processo da cessação tabágica e ou de redução de danos.

Palavras Chave

Sedentarismo; TABAGISMO; cessação tabágica