Dados do Trabalho
Título
Diagnóstico e tratamento de trombose valvar subclínica após TAVI
Resumo
Introdução: A trombose de folhetos protéticos após a substituição valvar aórtica por cateter (TAVI) é conhecida por elevar o risco de eventos embólicos cerebrais. Frequentemente, essa condição é assintomática, tornando o diagnóstico desafiador. A ecocardiografia é primordial para levantar suspeitas, porém a confirmação se dá principalmente por tomografia computadorizada, uma estratégia de diagnóstico valiosa, porém subutilizada. Relatamos um caso de espessamento e redução da mobilidade de folhetos protéticos ocorridos precocemente após o procedimento TAVI, destacando-se pela ausência de sintomas e significativa elevação do gradiente transvalvar em ecocardiograma.
Relato: Paciente masculino, 78 anos, histórico de estenose aórtica significativa, submetido à TAVI em novembro de 2022. Ecocardiogramas imediatos mostraram resultados satisfatórios, com área valvar de 1,5 cm² e gradiente médio de 10 mmHg. Durante o acompanhamento, permaneceu assintomático e sob antiagregação plaquetária. Ecocardiograma de rotina após um ano revelou diminuição da área valvar para 0,5 cm² e aumento do gradiente médio para 66 mmHg, com função sistólica ventricular esquerda preservada e sem evidência de trombos ou vegetações, suscitando a hipótese de trombose valvar. Investigação com tomografia cardíaca, confirmou espessamento hipoatenuante dos folhetos (HALT) e redução da mobilidade do folheto por trombo (RELM), consolidando o diagnóstico de trombose da prótese aórtica FIGURA 1. Após diagnóstico, iniciado anticoagulação plena com varfarina. Após um mês de terapia anticoagulante via oral com INR no alvo terapêutico (entre 2-3), novo ecocardiograma demonstrou melhora notável, com redução do gradiente médio para 17 mmHg e aumento da área valvar para 1,1 cm², indicando resposta positiva.
Discussão: A literatura sugere que a incidência de trombose valvar protética pode ocorrer em até 10-15% dos casos pós TAVI, sendo uma condição potencialmente grave devido sua condição frequentemente assintomática. Destaca-se a importância da ecocardiografia, mas ressalta-se que a tomografia computadorizada oferece uma avaliação detalhada e diagnóstica, com visualização do espessamento dos folhetos (HALT) e da redução da mobilidade (RELM).
Conclusão: A vigilância pós-TAVI é crucial para a detecção precoce de complicações. A intervenção, com ajuste no regime de anticoagulação, pode resultar em significativa melhora clínica, evidenciando a importância do cuidado no acompanhamento desses pacientes.
Palavras Chave
Complicação TAVI; Trombose; Valvopatia Aórtica
Arquivos
Área
PERICÁRDIO / ENDOCÁRDIO / VALVOPATIAS
Categoria
Pesquisador
Autores
MATHEUS OLIVEIRA, ANA BEATRIZ CUNHA, ISABELLA PISCOPO, JOSE HIAGO DAMIAO, CLER OLIVEIRA, EDUARDO AMORIM, ALI YASSINE, LARA GARCIA, TARSO ACCORSI