Dados do Trabalho


Título

CORONÁRIA DIREITA ANÔMALA COM TRAJETO MALIGO E LESÃO GRAVE NA ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIOR EM PACIENTE COM DOR TORÁCICA: UMA TOMADA DE DECISÃO DIFÍCIL

Resumo

CASO CLÍNICO: Mulher, 75a, início há 3 anos de angina associada a dispneia aos moderados esforços. Devido piora nos últimos 3 meses, buscou atendimento. Realizado Angiotomografia (TC) de coronárias para investigação que visualizou Coronária Direita (ACD) com origem anômala no seio coronariano esquerdo, apresentando angulação aguda da sua emergência e trajeto interarterial, associado Descedente Anterior (ADA) com redução luminal importante. Realizada cinecoronariografia com visualização de lesão de 80% no terço proximal de ADA com aspecto ulcerado. Foi submetida à angioplastia da ADA e evoluiu clinicamente bem. Foi mantido o tratamento clínico em relação à anomalia da ACD, acreditando-se que, apesar de anatomia de alto risco, os sintomas de angina se justificam pela lesão da ADA, visto a anômalia de artéria coronária (AAC) ser de origem congênita e paciente com sintoma em idade tardia. DISCUSSÃO: A ACD tem sua origem a partir do seio coronariano anterior direito, com trajeto imediatamente à direita e posterior à artéria pulmonar, descendo pelo sulco AV. ACD com saída do seio coronariano esquerdo com trajeto interarterial é a anomalia mais comum. O risco de morte súbita (MS) é variável, mas ainda é < 1%. Os mecanismos de isquemia miocárdica podem estar mais fortemente relacionados com compressão da ACD no trajeto interarterial entre a aorta e a artéria pulmonar, espasmo da ACD anômala e angulação aguda da emergência da ACD. A compressão significativa da ACD entre a aorta e a artéria pulmonar é achado de pior prognóstico mais associado à síncope e MS. A angioTC de coronárias é exame de eleição por possibilitar o estudo tridimensional da AAC, de maneira não invasiva, com excelente resolução espacial. A recomendação para pacientes com ACD anômala depende da presença de sintomas ou isquemia. Se presentes, há recomendação classe I de cirurgia. Na ausência, há recomendação IIb de seguimento. Em idosos a indicação cirúrgica é controversa devido o risco de MS nesse grupo ser menor. CONCLUSÃO: A presença de sintomas isquêmicos em pacientes idosos com achado de AAC não estabelece relação causal visto que a aterosclerose pode estar associada. Nesse caso, a paciente possui ACD com trajeto interarterial porém lesão grave em ADA de aspecto agudo. Portanto, foi optado por tratamento da lesão da ADA e manutenção do tratamento clínico da ACD anômala, com avaliação funcional posterior.

Palavras Chave

Anomalia Coronariana; Aterosclerose;

Arquivos

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ANDEÍLE DE ALBUQUERQUE GALHARDO, FILIPE ROCHA DA SILVA, FERNANDO FELIPE LODOVICHI, MARCELO HENRIQUE BARBOSA, EDUARDO GOMES LIMA, FABIO GRUNSPUN PITTA, CARLOS VICENTE SERRANO JR, EDUARDO BELLO MARTINS, FABIANA HANNA RACHED