Dados do Trabalho
Título
Fatores de risco cardiovasculares de pacientes críticos com injúria renal aguda.
Resumo
Introdução: Doenças e procedimentos cardiovasculares podem gerar implicações no néfron e resultar em comprometimento da função renal, como a injúria renal aguda (IRA), que pode evoluir para a necessidade de terapia renal substitutiva (TRS) e mortalidade elevada. Objetivo: Reconhecer os fatores cardiovasculares e sua influência para ocorrência da injúria renal aguda em cuidados intensivos. Métodos: Coorte retrospectiva realizada no período de 2022 em uma unidade de terapia intensiva (UTI) mista (clínica e cirúrgica) de um hospital universitário do Centro-Oeste brasileiro. A amostra foi constituída de 74 pacientes com idade ≥ 18 anos que desenvolveram IRA, com base nos critérios KDIGO. Foi utilizado um questionário para a coleta de dados dos prontuários eletrônicos. Todos os pacientes foram caracterizados clínica e demograficamente. Realizou-se testes não paramétricos para verificar associações entre variáveis e definimos a significância por comparação em P bilateral <0,05 com programa SPSS versão 23. A pesquisa foi aprovada sob parecer n° 3.754.047, CAAE: 87170218.9.0000.0030 pela Resolução 466/12. Resultados: Foi revelado 74 pacientes com IRA, com idade média de 66 anos, maioria do sexo masculino (n = 44; valor p=0,02). A gravidade da IRA nos pacientes com doenças e procedimentos cardiovasculares foi predominantemente elevada, sendo 47,3% (n = 35) KDIGO 2 e 3. As doenças cardiovasculares incidiram sobre 39,2% (n = 29) pré-internação na UTI. As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão 68,9% (n = 51), infarto agudo do miocárdio 36,5% (n = 27), doença arterial coronariana 12,2% (n = 9) e insuficiência cardíaca congestiva em 10,8% (n = 8). Foi reconhecido a revascularização do miocárdio (8,5%), troca de valva aórtica (12,7%) e troca de valva mitral (38,2%) como procedimentos realizados em 63,5% dos pacientes (n = 47). Fatores diversos, frequentes em 59,4% (n = 28) predispuseram a ocorrência da IRA, como uso de droga vasoativa (valor- p=0,001), noradrenalina (valor-p <0,001) e tempo de uso (valor-p=0,05) se associaram com eventos de maior gravidade. A mortalidade foi um evento comum em 20,3% dos pacientes e a necessidade de TRS ocorreu em 20% dos pacientes com IRA KDIGO 2 e 3. Conclusões: Identificamos que pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca e que necessitaram significativamente de droga vasoativa por tempo mais prolongado evoluíram com comprometimento de maior gravidade da função renal (IRA KDIGO 2 e 3), necessidade de TRS e mortalidade.
Palavras Chave
Injúria Renal Aguda; Unidade de Terapia Intensiva; Risco Cardiovascular.
Área
CARDIOINTENSIVISMO / EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
Categoria
Iniciação Científica
Autores
JOÃO PAULO FONSECA DA SILVA, JOÃO MARCOS SANTOS DA ROCHA, JANINE AMARAL MOREIRA, MARCIA CRISTINA DA SILVA MAGRO