Dados do Trabalho

Título

Avaliação da Injúria Miocárdica e Fatores de Risco Cardiovascular em Sobreviventes de COVID-19.

Resumo

Introdução: A injúria miocárdica que afeta numerosos pacientes hospitalizados com COVID-19 impactou a mortalidade durante a fase aguda da doença. No entanto, seu impacto nos sobreviventes de COVID-19 permanece incerto.

Objetivo: Avaliar se a ocorrência de injúria miocárdica e a presença de fatores de risco cardiovascular impactam a mortalidade a longo prazo em sobreviventes de COVID-19.

Métodos: Todos os pacientes hospitalizados com diagnóstico confirmado de COVID-19 e que receberam alta entre março de 2020 e dezembro de 2022 foram incluídos. A injúria miocárdica durante a hospitalização foi definida como elevação da troponina de alta sensibilidade acima do percentil 99 proposto pelo laboratório. As variáveis injúria miocárdica, idade, gênero, hipertensão e diabetes foram selecionadas para análise ajustada pela regressão de Cox.

Resultados: 863 pacientes, idade média = 57,2 ± 15,3 anos, e 62,8% do sexo masculino. Ocorreram 47 mortes (5,4%). A prevalência de injúria miocárdica foi de 34,6%. O acompanhamento médio do estudo foi de 2,47 ± 0,57 anos. Das variáveis escolhidas para ajuste na regressão de Cox, apenas a idade mostrou correlação com maior mortalidade (HR 1,07; IC 95% 1,05-1,10). A injúria miocárdica não apresentou valor prognóstico neste acompanhamento (HR 1,14; IC 95% 0,62-2,07), nem a hipertensão (HR 0,60; IC 95% 0,31-1,14), diabetes (HR 1,68; IC 95% 0,90-3,20) e gênero masculino (HR 0,86; IC 95% 0,48-1,57).

Conclusão: Apesar de seu impacto comprovado na fase aguda da COVID-19, a ocorrência de injúria miocárdica não se correlacionou com maior mortalidade em sobreviventes de COVID-19 durante um acompanhamento de aproximadamente 2 anos

Palavras Chave

“COVID-19”; Injúria Miocárdica; mortalidade