Dados do Trabalho


Título

Mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca descompensada e fibrilação atrial permanente em dois grandes centros terciários

Resumo

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma disfunção cardiovascular caracterizada pela incapacidade do músculo cardíaco de realizar sua função de forma adequada, resultando na inabilidade de bombardear sangue em quantidade suficiente para atender às demandas metabólicas do organismo. Dentre as inúmeras complicações dessa condição, destaca-se a fibrilação atrial (FA). Segundo o estudo de Framingham, 41% dos pacientes com IC desenvolveram FA.
Objetivo: Comparar as características clínicas em indivíduos portadores de IC descompensada com ou sem história de FA permanente.
Método: Coorte retrospectiva de pacientes internados em unidade coronariana, com insuficiência cardíaca descompensada, entre setembro de 2011 e dezembro de 2021. Os critérios diagnósticos de IC foram baseados nos sintomas clássicos. A análise de variância (ANOVA) foi utilizada para comparação de médias e teste qui-quadrado para variáveis categóricas. Foram avaliadas as características clínicas de ambos os grupos. Utilizou-se a regressão de Cox para análise de sobrevivência, com nível de significância de 5%.
Resultados: Foram 1257 indivíduos foram incluídos, idade média de 75 ± 16,7 anos, predominantemente do sexo masculino (57%). As taxas de prevalência são, respectivamente, para ICFEP, ICFELR e ICFER de 35,9% vs. 20,6% vs. 43,4%. Foi evidenciado, também, a prevalência de 21,1% de fibrilação atrial permanente nesta amostra. Nos pacientes com e sem FA permanente temos, respectivamente, uma prevalência de história prévia de AVC (9,1% x 4,6% p= 0,08), DRC (30,9x21,3, p=0,001) e HAS (65,5%x 48,6% p<0,001). O tempo médio de internação de indivíduos com e sem FA foi de 19,92 ± 41,7 x 17,03 ± 20,59 dias (p=0,55), respectivamente. A mediana do tempo de seguimento foi de 2,5 anos (IIQ: 0,58 - 5,66 anos). A mortalidade geral também não mostrou diferença entre grupos (74%x71,3% p=0,44). A análise uni variada com regressão de Cox não mostra FA permanente como fator relacionado significativamente a mortalidade entre os grupos no seguimento desta amostra (HR:1,1 IC:0,9-1,3).
Conclusão: Apesar da alta prevalência da FA permanente e sua associação com fatores de risco nesta amostra, não houve impacto significativo na mortalidade geral e sobrevivência no seguimento, sugerindo que outros fatores podem ter impacto, possivelmente na evolução da doença cardíaca.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca

Arquivos

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

LETICIA DE SOUSA PERES, GIOVANNI POSSAMAI DUTRA, BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES, ISABELA CANDIDA MONTES CLARO, MARCO ANTONIO NETTO ARMANDO RANGEL, MARIANA PINHEIRO GOMES, THIAGO MOREIRA BASTOS DA SILVA, CLARA BARUFFALDI FARINHAS, ADRIANO HENRIQUE GOMES MENEZES, JOÃO LUIZ FERNANDES PETRIZ, GLAUCIA MARIA MORAES DE OLIVEIRA