Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO - COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR PÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM UM PACIENTE IDOSO

Resumo

Introdução:
A comunicação interventricular (CIV) é uma má formação cardíaca na maioria das vezes congênita acianótica, caracterizada por um defeito no septo entre os ventrículos, permitindo uma comunicação que causa a passagem do sangue de um interventricular.
Além da forma congênita ,a CIV é raramente causada por infarto agudo do miocárdio(IAM),com incidência de 0,20% a 0,34% dos casos relatados de IAM. O principal exame para seu diagnóstico é a ecocardiografia, que faz possível identificar a abertura na musculatura do septo ventricular. Neste relato, constatamos um caso de comunicação interventricular causado por IAM.

Descrição do caso:
SRS, feminina, 84 anos, tabagista, dislipidêmica, encaminhada por síndrome coronariana aguda (SCA).Há 03 dias iniciou dor precordial, sem irradiação. Na admissão pela manhã, reincidiu dor retroesternal com irradiação para dorso e braço com sensação de "braço pesado”, realizou eletrocardiograma apresentando supradesnivelamento de segmento ST (IAMCSST),recebendo 300mg de AAS + 75mg de clopidogrel. Após realizada trombólise química, evoluiu com queixa de sensação de queimação no tórax anteriormente e episódios de irradiação para dorso, mantendo sensação de braço esquerdo pesado, Eco TT evidenciou comunicação interventricular (CIV) pós infarto ,quando foi encaminhada para cateterismo, onde foi diagnosticado obstrução importante em DA e MgCx, consequentemente necessitando angioplastia. Realizou posteriormente implante de balão intra-aórtico (BIA) para a melhora da perfusão coronariana. Evoluiu com febre sendo tratado com antibióticos por presumível infecção de foco abdominal. Alguns dias depois foi realizada a cirurgia de correção de CIV e da região aneurismática com duplo patch pericárdico.

Conclusão:
O caso de SRS demonstra a importância da avaliação minuciosa e da busca por complicações mecânicas após um episódio de infarto agudo do miocárdio, visto que essas alterações apresentam uma mortalidade de 40 a 50% nos casos de IAMCSST. Com relação a correção do defeito, o caso corrobora com a diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre insuficiência cardíaca de que a cirurgia é o tratamento definitivo e deve ser feita em todos os pacientes apropriados para o procedimento.

Palavras Chave

Comunicação Interventricular Síndrome coronariana aguda; balão intra-aórtico; Angioplastia de coronárias