Dados do Trabalho
Título
OS DESAFIOS DIAGNÓSTICOS DA CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA
Resumo
INTRODUÇÃO:
A Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) é a doença cardíaca genética mais comum, com prevalência em 1 a cada 500 pessoas. A principal característica é a hipertrofia ventricular esquerda na ausência de patologias que justifiquem tal alteração. A CMH pode apresentar desde formas assintomáticas até insuficiência cardíaca refratária e morte súbita cardíaca (MSC). Possui padrão de herança autossômica dominante com expressividade e penetrância variáveis. Para diagnóstico e estratificação do risco de MSC dispõe-se do Eletrocardiograma (ECG), Ecocardiograma (ECOTT), Holter 24h, Teste Ergométrico (TE), Ressonância Magnética (RM) e Testes Genéticos.
RELATO DE CASO:
A.O.A, 60 anos, natural de SP, dislipidêmico, ex- atleta profissional de corridas de curta distância, que se aposentou aos 40 anos. Encaminhado ao ambulatório de Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia para avaliação. Praticante de corridas de rua 3x/semana, treinos de 10-12km. Negou sintomas, assim como histórico de doenças cardiovasculares na família. ECG: Ritmo sinusal, sinais de sobrecarga ventricular esquerda com alterações da repolarização ventricular difusas (ondas T’s profundas). Exame físico sem alterações. Aventada hipótese diagnóstica de CMH e optado por suspender atividades físicas até realização dos exames. ECOTT evidenciou cavidades normais, espessura miocárdica preservada, função preservada, sem anormalidades valvares. RM fibrose ou hipertrofia miocárdica. TE mostrou boa capacidade funcional e ausência de arritmias esforço induzidas. Alterações eletrocardiográficas persistentes apesar do destreinamento. Mantido acompanhamento regular devido à possibilidade de manifestação de CMH. Após 6 anos, novo ECOTT evidenciou hipertrofia assimétrica, septo 12mm e parede posterior de 9mm. Realizada RM, a qual mostrou hipertrofia septal simétrica apical (14mm) com padrão de fibrose mesocárdica na porção apical da parede inferior.
CONCLUSÃO:
No presente relato, apesar do ECG muito sugestivo de CMH, demais exames não apresentaram alterações significativas. Todavia a doença possui expressividade e penetrância variáveis, podendo se manifestar ao longo da vida e as alterações eletrocardiográficas podem anteceder as alterações estruturais cardíacas. Por isso, é de extrema importância acompanhar esses pacientes e, assim, atuar na prevenção da MSC. No presente relato de caso as alterações eletrocardiográficas antecederam em 6 anos as alterações apresentadas na segunda RM.
Palavras Chave
Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH); RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Arquivos
Área
CARDIOLOGIA DO ESPORTE, EXERCÍCIO, ERGOMETRIA E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR
Categoria
Pesquisador
Autores
JULIANA GREGORIO DE AVELAR, MARCELO TREVISAN NEVES OKANO, JOAO MARCELO CANESHI, TUFFI ZINA NETO, MARCELO MELLER GARCEZ, GABRIEL TAMANAHA PACHECO, RODRIGO OTÁVIO BOUGLEUX ALO, MARIELLE DE FREITAS GUIMARÃES, ANA KARLA SILVESTRE SANTOS, JULIA TUPINAMBA DEL REY CRUSOE, ANA PAULA RAMOS DE SOUZA, RAFAELA ROSSINI BUSO