Dados do Trabalho
Título
Diferenças de prognóstico e qualidade de vida entre homens e mulheres com Insuficiência Cardíaca Aguda
Resumo
Fundamento: Em pacientes com insuficiência cardíaca (IC), sub análises de ensaios clínicos randomizados sugerem que as mulheres têm menor mortalidade e hospitalização, mas pior qualidade de vida em comparação aos homens. Porém, as informações sobre pacientes com IC aguda e diferenças conforme a Fração de Ejeção (FE) são escassas. Objetivo: Comparar a qualidade de vida e o prognóstico entre mulheres e homens com IC aguda com FE reduzida (FE ≤ 40% - ICFEr) ou levemente reduzida/preservada (FE>40%-ICFElr/ICFEp). Métodos: Estudo de Coorte em que incluímos pacientes > 18 anos hospitalizados por IC aguda em 20 hospitais do SUS participantes do Programa Boas Práticas em Cardiologia entre 2016 e 2022. Características demográficas, clínicas e de exames complementares foram coletadas na admissão hospitalar. A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário WHOQOL-bref, que compreende 4 domínios: físico, psicológico, social e ambiental. Os desfechos de morte ou re-hospitalização por todas as causas foram avaliados 6 meses após a alta hospitalar. A associação do sexo feminino com a qualidade de vida e os desfechos foi analisada a partir de métodos de regressão ajustados para idade, raça, índice de massa corpórea, FE, etiologia, nível educacional e de renda. Resultados: Foram incluídos 3332 pacientes (60±15 anos,42% mulheres, FE 40±17%, variando entre 9 e 90%). Embora os sinais de congestão na admissão hospitalar não diferissem quanto ao sexo, as mulheres apresentaram pontuação menor nos domínios físico (Beta:-2,4;p=0,009), psicológico (Beta:-3,2;p<0,001) e ambiental (Beta:-2,0; p=0,003) no WHOQOL-bref comparado aos homens independentemente da fração de ejeção. A mortalidade por todas as causas não diferiu entre os sexos na ICFEr (Hazard Ratio [HR]:0,80; Intervalo de Confiança 95% [IC95%] 0,52 a 1,23; p=0,31) e na ICFElr/ICFEp (HR:1,03; IC95%: 0,66 a 1,62; p=0,90). No entanto, as mulheres apresentaram risco de re-hospitalização significativamente maior que os homens entre os pacientes com ICFElr/ICFEp (HR:1,59; IC95% 1,11 a 2,29; p=0,012) mas não com ICFEr (HR:1,00; IC95% 0,72 a 1,39; p=0,98; p para interação=0,049; Figura). Conclusão: Em pacientes admitidos com IC aguda, as mulheres apresentam pior qualidade de vida do que os homens, mesmo com parâmetros de congestão similares. Apesar da mortalidade semelhante entre os sexos, as mulheres apresentam maior incidência de re-hospitalização na ICFElr/ICFEp, mas não na ICFEr, comparado aos homens.
Palavras Chave
insuficiencia cardíaca aguda; Cardiologia da Mulher; Prognóstico
Arquivos
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Iniciação Científica
Autores
ANA CAROLINA KRACHINSKI DE ANDRADE GAMA, GUSTAVO SAROT PEREIRA DA CUNHA, MATHEUS BISSA DUARTE FERREIRA, JORGE TADASHI DAIKUBARA NETO, KAROLINE CORDEIRO VERCKA GERVÁSIO, RAFAEL MORETTI, FABIO PAPA TANIGUCHI, MIGUEL MORITA FERNANDES-SILVA