Dados do Trabalho

Título

EFICÁCIA DA EMPAGLIFLOZINA EM ADIÇÃO AO TRATAMENTO PREVIAMENTE OTIMIZADO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA

Resumo

Introdução: O tratamento medicamentoso da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) inclui quatro pilares bem estabelecidos, sendo que o último a ser consolidado foram os inibidores do co-transportador 2 sódio-glicose (ISGLT2). A empagliflozina é um ISGLT2 que mostrou benefícios no desfecho primário cardiovascular em pacientes com ICFER, independentemente da presença de diabetes mellitus. Contudo, no Sistema Único de Saúde (SUS), o uso de ISGLT2 na ICFER permanece restrito a pacientes diabéticos, suscitando a necessidade de pesquisas em populações brasileiras para otimizar a prática local e atualizar esta indicação. Objetivo: Analisar modificações da capacidade funcional, remodelamento ventricular e qualidade de vida em pacientes com ICFER submetidos ao uso de empagliflozina ao longo de seis meses em serviço ambulatorial de Cardiologia do SUS. Métodos: Estudo prospectivo observacional que analisou pacientes em tratamento ambulatorial de ICFER e com indicação de usar – porém sem usar - um ISGLT2 em adição à terapia previamente otimizada. Dados foram coletados na inclusão e após seis meses de seguimento com uso da empagliflozina. Foram comparados nos dois momentos o teste de caminhada de 6 minutos (TC6M), o remodelamento ventricular pelo ecocardiograma e o questionário de qualidade de vida de Minnesota. Análise estatística utilizou o teste do qui-quadrado, o teste de Fisher e o teste t de student. Resultados: Foram incluídos 55 pacientes, sendo que 50 foram acompanhados até o fim do seguimento e compuseram a amostra. A distância média percorrida no TC6M foi de 372 ± 89 metros inicialmente, comparada com 402 ± 53 metros no final do seguimento (p = 0,034). Houve aumento da fração de ejeção do ventrículo esquerdo em 75% dos pacientes, com média inicial 30,4% ± 6% e média final 40,3% ± 13% (p = 0,0001). O diâmetro sistólico médio do ventrículo esquerdo foi de 49,7mm ± 7 no início para 45,3mm ± 11 no final (p = 0,014). A pontuação média no questionário de Minnesota foi de 36,4 ± 24 inicialmente, com melhora ao final para 21,4 ± 17 (p = 0,0002). Conclusão: A adição da empagliflozina ao tratamento medicamentoso triplo otimizado mostrou-se eficaz no aumento da capacidade funcional, no remodelamento ventricular reverso e na melhora da qualidade de vida. Urge a necessidade de adequação dos protocolos do SUS para o uso de ISGLT2 por pacientes com ICFER.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; Inibidores da SGLT2; Fração de ejeção reduzida.