Dados do Trabalho


Título

Diagnóstico de endocardite fúngica associada a dispositivo implantável através do PET-CT

Resumo

Introdução: A endocardite em dispositivos implantáveis é cada vez mais comum e o uso de novos métodos de imagem como o PET-CT facilitam seu diagnóstico. Relato de caso: MCT, 95 anos, frágil, feminina, hipertensa, portadora de marcapasso cardíaco (MCP) por doença do nó sinusal e mielofibrose com internação recente por pancreatite, deu entrada com queixa de inapetência, astenia, calafrios e febre. Em exames da admissão, leucócitos 4290 células/mm³, PCR 34 (VR <0,5) e 2 pares de hemocultura com Candida albicans. Optado por realização de PET-CT que evidenciou imagens metabólicas com acúmulo de glicose marcada em área focal junto ao trajeto dos eletrodos do MCP em átrio direito e opacidades pulmonares focais e irregulares. Instituído tratamento com Anfotericina B. Discutido entre Cardiologista, Infectologista e Cuidados Paliativos, optado pela manutenção do dispositivo e priorização de medidas de conforto levando em consideração a fragilidade da paciente. Apesar do tratamento instituído, paciente evolui a óbito 40 dias após a internação hospitalar. Discussão: A endocardite infecciosa (EI) é definida como a infecção do tecido endocárdico, responsável pelo revestimento interno do coração. Incidência estimada de 3-10/100000 com mortalidade elevada entre 15-25%. Cerca de 90% dos casos são causados por gram-positivos. Os demais 10% são bactérias gram-negativas, zoonóticas e fungos. Estudo publicado em 2007 demonstrou que 7% das EI estão relacionadas a implantes de dispositivos como MCP e CDI e que essa proporção vem aumentando nos últimos anos. Em 2023 foram propostos novos critérios para o diagnóstico de EI, os Critérios de Duke - ISCVID 2023, sendo 4 critérios maiores e 6 menores, foram instituídas novas modalidades de imagem para o diagnóstico como PET-CT, angiotc além do ecocardiograma. O tratamento da endocardite por cândidas é realizado com anfotericina B associada ou não a flucitosina ou altas doses de equinocandinas, com possível step-down para fluconazol (FCZ) a depender da resposta clínica. O dispositivo implantado deve ser removido e mantido tratamento antifúngico por 4 semanas. O tratamento com FCZ por longo período é considerado em pacientes não candidatos à remoção do dispositivo. O prognóstico é reservado com mortalidade estimada entre 10-75% apesar do tratamento. Conclusão: O presente caso traz o diagnóstico de endocardite fúngica através dos novos métodos de imagem propostos nos critérios de 2023 e o prognóstico reservado associado a EI fúngica.

Palavras Chave

Endocardite infeciosa; tomografia computadorizada

Arquivos

Área

IMAGEM CARDIOVASCULAR

Categoria

Pesquisador

Autores

JHONATHAN LUIZ GOUVEIA, BERNARDO NOYA ABREY, FERNANDO HIDEKI ASSAKAWA, MARIA ISABEL MAGELA CANGUSSU, FERNANDA SEGURA CAMPOS, ANTONIO MARIA ZACARIA NASCIMENTO, GABRIEL JOSE RIBEIRO, LUIS EDUARDO ANDRAUS CROZARIOL, PATRICK PIERRY SOUSA OLIVEIRA, ALEXANDRE HENRIQUE KALLAUR GRANGEIRO