Dados do Trabalho


Título

IAMCSST APÓS ABLAÇÃO DE WOLFF-PARKINSON-WHITE POR POSSÍVEL LESÃO TÉRMICA LOCAL

Resumo

Autores: Thaís de Souza Izidro, Nathália Ferreira Palomo Valle, Daniel Xavier de Brito Setta, Bruno R Andrea, Constantino Gonzalez Salgado

Introdução: A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é condição infrequente, responsável por taquiarritmias, entre elas a fibrilação atrial pré-excitada, que tem potencial de gravidade e se correlaciona com risco de morte súbita. A ablação por cateter é o tratamento de eleição com alta eficácia. Complicações graves como tamponamento cardíaco, infarto agudo do miocárdio e morte são descritas como raras.

Relato do caso: Homem, 33 anos, obeso, ablação em 2017 de WPW. Em dezembro de 2023 apresentou taquicardia com instabilidade (pré-síncope, hipotensão e sudorese). ECG na emergência mostrou fibrilação atrial com pré-excitação ventricular sugerindo uma via posterosseptal direita. O menor RR de 200ms (alto risco). Revertido eletricamente. Procurou arritmologista após 3 meses, assintomático, recebendo propafenona e eleito para ablação por cateter. A ablação por radiofrequência (RF) com cateter irrigado foi sucedida apenas dentro do seio coronariano proximal, reforçando hipótese de via acessória epicárdica verdadeira. Apresentou dor torácica 2 horas após o procedimento, aliviada parcialmente com analgésicos. ECG apresentou supradesnivel do segmento ST de 1 a 2 mm em parede inferior. Ecocardiograma transtorácico (ETT) mostrou importante acinesia inferior. Feita coronariografia que demonstrou estenose crítica em terço distal de artéria circunflexa (dominante), comprometendo óstio da descendente posterior esquerda, exatamente adjacente ao sítio de ablação. Sem aspecto de doença ateroesclerótica, sugerindo lesão pela radiofrequência. Feita expansão por balão com normalização do fluxo, seguindo-se de angioplastia com stent farmacológico. Seis horas após, houve normalização do supradesnível do ST, mantendo isquemia subepicárdica. Após 2 dias, ETT mostrou retorno à mobilidade com discreta hipocinesia ínfero-basal. Recebeu alta assintomático, com betabloqueador, AAS e clopidogrel.

Conclusão: A ablação por radiofrequência pode causar lesão arterial coronariana quando aplicada em região adjacente a leito vascular arterial coronariano, como o sulco átrio-ventricular, sendo relacionada à lesão térmica, com edema e inflamação locais. O caso foi rapidamente abordado, o que indica a necessidade do procedimento ser realizado em centros hospitalares avançados com suporte cardiológico de alta complexidade.

Palavras Chave

IAMCSST; Ablação de WPW

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

THAIS SOUZA IZIDRO, NATHÁLIA Ferreira Palomo Valle, DANIEL XAVIER DE BRITO SETTA, BRUNO RUSTUM ANDREA, CONSTANTINO GONZALEZ SALGADO, JULIA PIRES DOS REIS MAIA