Dados do Trabalho


Título

Comparação do perfil epidemiológico das internações por insuficiência cardíaca no Brasil, pré e pós pandêmica à COVID-19.

Resumo

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome complexa de caráter sistêmico. Define-se pela disfunção cardíaca que ocasiona inadequado suprimento sanguíneo para atender às necessidades metabólicas tissulares, gerando dano vascular periférico. É a via final comum da maioria das doenças que acometem o coração, sendo um dos mais imponentes desafios na área da saúde atual, o que justifica a importância de sua compreensão frente ao contexto nacional. Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico dos casos de internação por IC no Brasil, no período pré e pós COVID-19. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo e transversal, realizado a partir de dados do DATASUS. Entre os anos de 2016 e 2023, foram analisadas as variáveis: internações, regiões, raça, sexo e faixa etária. Resultados: No Brasil, entre os anos de 2016 e 2023, houve 1.565.385 internações por IC, com 823.861 (52,62%) casos no período pré-pandemia e 741.524 (47,38%) no período pós-pandemia. Foi observado uma queda desse número entre 2016 e 2021; contudo, houve mudança dessa tendência nos anos de 2022 e 2023, com aumento de 26,38% entre 2021 e 2023. Quanto à distribuição regional, o Sudeste compreendeu 658.685 (42,07%) dos casos, enquanto a região Norte apresentou 87.409 (5,58%) internações. Ambas possuíram padrão similar de perfil decrescente de 2016 a 2021 seguido por aumento em 2022 e 2023. Em relação à cor/raça, a distribuição foi equilibrada entre brancos e pardos, que compuseram, respectivamente, 592.286 (37,83%) e 556.939 (35,57%), com equivalência entre pré e pós pandemia. O sexo masculino apresentou maior prevalência de 51,87% do total de casos enquanto o sexo feminino apresentou 48,13%, sem alterações significativas após a pandemia. A faixa etária de 70 a 79 anos apresentou o maior número de internações de 414.619 (26,4%), seguida pelo grupo de 60 a 69 anos, com 379.905 (24,2%). Conclusão: Em suma, observou-se que as internações por IC diminuíram do período pré para o pós pandemia, com uma redução no quantitativo de 2016 a 2021, porém com um crescimento nos anos de 2022 e 2023. Além disso, evidenciou-se que o Sudeste lidera o quantitativo de internações por essa doença, a qual afeta, majoritariamente, o sexo masculino e a população idosa entre 60 e 79 anos, sem grande divergência na prevalência entre raças. Logo, verifica-se a importância de investimentos em políticas públicas, objetivando uma melhora dos índices relacionados à doença.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; Covid-19; Epidemiologia

Área

COVID-19 E SISTEMA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

RODRIGO ORMANES MASSOUD, KATHLEEN HIGHAM GIESTAS, ANA CLARA MIRANDA FURTADO