Dados do Trabalho
Título
Manejo da Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva quanto às intervenções preconizadas e as possíveis: Um relato de caso
Resumo
Introdução: Caracterizada por aumento da espessura ou massa do ventrículo esquerdo (VE) não explicadas apenas por condições de sobrecarga e na dependência de características anatômicas e genéticas, a cardiomiopatia hipertrófica (CMH) exibe manifestação clínica desde formas assintomáticas até de morte cardíaca súbita e insuficiência cardíaca refratária (ICr). Inclui obstrução da via de saída do VE (VSVE), disfunção diastólica, regurgitação mitral, isquemia miocárdica e arritmias. É fundamental distinguir entre as formas obstrutivas e não obstrutivas, pois estratégias de manejo dependerão dessa distinção, especialmente quanto aos sintomas gerados pela obstrução da VSVE. Objetivo: Relatar caso clínico de CMH e a discussão de sua melhor abordagem, segundo atenção centrada no paciente. Descrição: Paciente de 52 anos, masculino, portador de CMH (etiologia desconhecida) e ICr. Apresentava dispneia Classe IV da NYHA; angina de esforço (classe III da CCS) e palpitações. Ecocardiograma mostrava hipertrofia septal assimétrica e disfunção diastólica do VE de grau moderado, gradiente máximo em repouso de 83 mmHg e com manobra de Valsalva, 122 mmHg. Ressonância magnética cardíaca mostrava septo interventricular basal de 19 mm, parede posterior de 9 mm. Conduta: Miectomia (indicada pelo médico assistente), não aceita pelo paciente. Encaminhado ao ambulatório de cardiologia, público, onde foi analisada a arteriografia coronariana (anatomia coronária compatível com a possibilidade de ablação septal). Assim, foi indicada ablação septal alcoólica. Procedimento sem intercorrências, com acompanhamento ecocardiográfico. Evolução: Melhora sintomática completa, redução do gradiente máximo (124 mmHg pré-ablação para 35 mmHg imediatamente após). Solicitada avaliação por painel genético (aguardando coleta de material). Retorno ao ambulatório de cardiologia 45 dias após-ablação assintomático. Conclusão: A maioria dos pacientes com CMH responde ao tratamento clínico, especialmente aqueles sem obstrução da VSVE. A presença de sintomas refratários, aliado à gradiente importante (≥50 mmHg) no repouso ou com testes provocativos, identifica o grupo que necessita de tratamento cirúrgico (miectomia) ou ablação septal alcoólica. A ablação septal é particularmente indicada, quando a miectomia é contraindicada devido ao alto risco cirúrgico ou ao desejo do paciente, como o caso em questão. Ela reduz a obstrução da VSVE, promove melhora na classe funcional, e aumenta a capacidade de exercício.
Palavras Chave
Cardiomiopatia hipertrofica; Ablação por Cateter; Obstrução da Via de Saída Ventricular Esquerda.
Arquivos
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Jovem Pesquisador
Autores
SARAH QUICK LOURENÇO DE LIMA, MARIA JÚLIA MONTEIRO SANTOS, GUSTAVO CAROLINO RODRIGUES ROCHA, ISABELA THOMÉ HELENO, VICTOR HUGO FERREIRA DE SOUZA OLIVEIRA, BRUNO DE BRITO RABELLO, ANTÔNIO JOSÉ MUNIZ, DIANE MICHELA NERY HENRIQUE, ARISE GARCIA DE SIQUEIRA GALIL, MARIA AUGUSTA MENDONÇA LIMA