Dados do Trabalho

Título

Ablação de Taquicardia Ventricular Guiada por Mapeamento Eletroanatômico Funcional: Uma Revisão Sistemática, Meta-análise e Meta-regressão

Resumo

Introdução: No contexto complexo da ablação de taquicardia ventricular (TV), técnicas de mapeamento eletroanatômico funcional facilitam a identificação de substratos arritmogênicos localizados tanto em áreas de cicatriz como em áreas de voltagem normal. Recentemente, vários estudos demonstraram resultados promissores ao empregar técnicas de mapeamento funcional para a ablação de TV.
Objetivos: Avaliar a eficácia e a segurança do mapeamento eletroanatômico funcional para ablação de taquicardia ventricular, e identificar fatores independentemente associados à evolução pós-ablação favorável.
Métodos: As bases de dados Pubmed/MEDLINE, Scopus, Web of Science e Cochrane foram pesquisadas utilizando os termos MeSH “Ventricular Tachycardia Ablation”, “Functional Mapping”, “Recurrence”, “Complications” e palavras-chave semelhantes. As meta-análises foram conduzidas pelos métodos de variância inversa ou de prevalência, utilizando modelo de efeitos randômicos, com P<0,05. Fatores modificadores de desfecho foram avaliados por meio de análise de subgrupo ou meta-regressão.
Resultados: Dos 1371 estudos avaliados, 15 foram incluídos, compreendendo 539 pacientes, sendo 462 (857%) do sexo masculino, com idade média de 68,4 (±10,1) anos e fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 35,1% (±5.9). Etiologia isquêmica ≥70% da população foi observada em 9 (60%) estudos. Mapeamento eletroanatômico com extra-estímulo foi realizado em 7 (46,7%) trabalhos. O cateter multieletrodo HDGrid foi empregado em 7 (46,7%) estudos e punção epicárdica foi utilizada em 10 (66,7%) trabalhos. A não-indutibilidade de TV pós-ablação variou entre 71,4% e 100%. Complicações foram reportadas por 10 (66,7%) estudos, correspondendo a 0,55% [0,45-0,64] (n=427). À meta-regressão e análise de subgrupo, ablação epicárdica (P=0,247), TV isquêmica ≥70% (P=0,070) e mapeamento com extra-estímulo (P=0,920) não interferiram na taxa de complicação. A taxa anual de recorrência pós-ablação foi de 17,6% [12,2-23,1] (n=539). À meta-regressão, ablação epicárdica (z=-2,915, P=0.004), uso de cateter HDGrid (z=-2,608, P=0.009) e mapeamento com extra-estímulo (z=-2,460, P=0,014) associaram-se independentemente à menor taxa de recorrência.
Conclusão: Trata-se da primeira revisão sistemática com meta-análise a abordar o emprego do mapeamento eletroanatômico funcional para a ablação de TV. A abordagem auxiliada por extra-estímulo se provou uma técnica segura e independentemente associada a redução de recorrência pós-ablação.

Palavras Chave

Ablação por Cateter; Taquicardia ventricular; Mapeamento Eletroanatômico Funcional

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