Dados do Trabalho

Título

Alcance das metas de LDL-colesterol em um serviço de referência no SUS: uma análise comparativa após 2 anos

Resumo

Introdução: Em pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular, diretrizes recomendam que os níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) sejam reduzidos, principalmente através do uso de estatinas. No entanto, sabe-se que o alcance das metas de LDL-c é baixo. Conhecer a taxa de sucesso do controle lipídico é fundamental para melhorar o tratamento e reduzir eventos cardiovasculares. Objetivo: Avaliar a eficácia da terapia hipolipemiante no alcance das metas de LDL-c para cada grupo de risco cardiovascular em um serviço ambulatorial do SUS, realizando uma análise comparativa com um estudo prévio do início de 2022. Métodos: Estudo transversal, observacional, retrospectivo, realizado no ambulatório de Cardiologia de um hospital-escola inserido no SUS. Foram incluídos todos os pacientes com histórico de dislipidemia atendidos entre setembro e dezembro de 2023. Foram excluídos pacientes que realizaram a primeira consulta no momento da inclusão. Os dados foram obtidos dos prontuários médicos e as taxas de sucesso para as metas de LDL-c foram analisadas em cada grupo de risco cardiovascular. Os resultados foram comparados com um estudo de mesma metodologia realizado no mesmo centro 2 anos antes. As análises estatísticas foram feitas pelos testes qui-quadrado de Pearson, t de Student não pareado e ANOVA One-Way, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados: Foram incluídos 583 pacientes; 288 (49,4%) foram classificados como muito alto risco cardiovascular, 221 (37,9%) alto risco, 59 (10,1%) risco intermediário e 15 (2,6%) baixo risco. 91,6% estavam em uso de estatinas, sendo 60,5% com estatina de alta potência, em comparação a 30,4% em 2022 (p=0,0001). 22,5% estavam em uso de ezetimiba e um único paciente fazia uso de inibidor de PCSK9. O alcance da meta de LDL-c na amostra total foi de 38,3%, em comparação a 28,3% em 2022 (p=0,0009). No grupo de muito alto risco, o alcance da meta foi de 27,8%, em comparação a 15,9% em 2022 (p=0,002); no grupo de alto risco, o alcance foi de 44,3% em comparação a 31,4% em 2022 (p=0,01). Conclusão: Houve aumento significativo no alcance das metas de LDL-c, comparando-se o momento atual com o estudo realizado no início de 2022. Embora os resultados ainda reflitam desafios comuns no âmbito do SUS, o rompimento da inércia terapêutica e a otimização medicamentosa consolidam-se como um caminho eficaz na prevenção cardiovascular no mundo real.

Palavras Chave

LDL-Colesterol; Doença das Coronárias; Sistema Único de Saúde.