Dados do Trabalho

Título

Marcadores prognósticos de mortalidade em longo prazo após infarto do miocárdio: análise por ressonância magnética cardíaca em seguimento superior a 10 anos

Resumo

Introdução: A ressonância magnética cardíaca (RMC) é uma técnica capaz de fornecer diversas informações sobre a extensão do infarto e a função cardíaca, auxiliando na avaliação prognóstica de pacientes pós-infarto.

Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar dados de ressonância magnética cardíaca e sua correlação com mortalidade por todas as causas em um período de acompanhamento superior a 10 anos.

Métodos: Todos os pacientes hospitalizados por infarto agudo do miocárdio (IAM) que realizaram RMC cardíaca entre janeiro de 2001 e dezembro de 2010 foram incluídos. Os dados da RMC incluíram massa de infarto, função sistólica do ventrículo esquerdo, localização do infarto (anterior vs. não anterior) e tipo de infarto (transmural, não transmural ou misto). Esses dados foram avaliados usando regressão de Cox, ajustada para idade, sexo, hipertensão, diabetes e tipo de tratamento para IAM.

Resultados: Um total de 418 pacientes foi incluído, com idade média de 62,4 ± 12,5 anos e 77,5% do sexo masculino. Houve 165 óbitos (39,5%) durante um acompanhamento médio de 14,35 ± 5,78 anos. Entre as variáveis ajustadas na regressão de Cox, idade, hipertensão, diabetes e tratamento clínico foram associados a maior mortalidade durante o acompanhamento. A massa de infarto não apresentou valor prognóstico (HR 1,01; IC 95% 0,99-1,02), nem a localização anterior do infarto (HR 0,76; IC 95% 0,56-1,05) ou tipo de infarto. Apenas a função sistólica do ventrículo esquerdo mostrou valor prognóstico, com pacientes com disfunção grave apresentando maior mortalidade (HR 1,64; IC 95% 1,12-2,41).

Conclusão: Em pacientes pós-infarto acompanhados por mais de 10 anos, os dados obtidos da ressonância magnética cardíaca não forneceram informações prognósticas.

Palavras Chave

Ressonância Cardíaca; Infarto Agudo do Miocárdio