Dados do Trabalho


Título

Arritmias ventriculares em paciente portador de ICFER: multiplicidade de indicações para implante de CardioDesfibrilador Implantável (CDI).

Resumo

A morte súbita é responsável por cerca de 40% das mortes de portadores de IC, sendo a maioria decorrente de taquicardia ventricular (TV) ou fibrilação ventricular (FV). O implante de CDI é efetivo para o controle de arritmias ventriculares e na prevenção de morte súbita cardíaca (MSC).

Masculino, 48 anos, portador de ICFER de etiologia não isquêmica e fibrilação atrial (FA) sob controle de frequência, em classe funcional NYHA I, apresenta desconforto torácico de início súbito associado a sensação de palpitações, sudorese, extremidades frias e hiperlactatemia. Eletrocardiograma de admissão mostra taquicardia ventricular monomórfica sustentada, submetido a cardioversão elétrica com 200J com retorno ao ritmo de base - FA de alta resposta ventricular. Indicado CDI sob a proposta de profilaxia secundária de morte súbita. Oportunizada internação para realização de Ressonância Magnética Cardíaca para avaliação etiológica que mostra padrão de CMH sem obstrução da via de saída do ventrículo esquerda e grande carga de fibrose, estimada em 17% da massa do VE.

Os maiores preditores de risco para MSC são morte súbita recuperada, documentação de episódio de TV sustentada e presença de disfunção ventricular grave. Existem recomendações recentes para a indicação de implante de CDI em pacientes portadores de Miocardiopatia Hipertrófica (CMH): 1) profilaxia primária baseada em Scores de Risco (HCM Risk-SCD - ESC) e variáveis clínicas. 2) Profilaxia secundária baseada na ocorrência de parada cardiorrespiratória por TV ou TV sustentada espontânea associada a sincope ou instabilidade hemodinâmica quando há expectativa de vida > 1 ano. O paciente em questão tem indicação de implante de CDI em ambos os cenários. Em relação a profilaxia secundária há consenso entre as principais diretrizes (SBC, AHA e ESC). Já em relação a profilaxia primária, há discordância: o paciente em questão não teria indicação baseada na diretriz europeia, já que não é considerado de alto ou intermediário risco estimado pela calculadora sugerida por tal sociedade. Entretanto, teria indicação do implante do dispositivo nesse contexto, segundo as diretrizes Brasileira e Americana por apresentar variável clínica de alto risco: carga de fibrose > 15%. Tal discordância é relevante dado a importância das sociedades divergentes e ao fato de que pacientes que poderiam se beneficiar do dispositivo podem ser excluídos, podendo evoluir de maneira desfavorável na dependência de rápido acesso aos serviços de saúde.

Palavras Chave

taquicardia ventricular sustentada; prevenção de morte súbita; Cardiomiopatia hipertrofica

Arquivos

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

CARLOS FILIPE PIMENTA , DANIELA CAPUTI, SABRINA BARBOSA PACHECO, JOSE XAVIER LOPEZ, RAYLA SENRA DE PAIVA , PEDRO FERNANDES RIBEIRO