Dados do Trabalho


Título

Mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca descompensada e doença renal crônica em dois grandes centros terciários

Resumo

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica de alta prevalência e mortalidade no Brasil, que se caracteriza pela incapacidade do coração em bombear sangue adequadamente para os tecidos. A doença renal crônica (DRC) é um fator de risco reconhecido para a IC, aumentando sua morbimortalidade.

Objetivo: Comparar as características clínicas, o tempo de internação e a mortalidade tardia de pacientes com IC e DRC em 2 centros terciários.

Métodos: Estudo de coorte retrospectiva que incluiu pacientes admitidos em unidade coronariana por IC descompensada entre setembro de 2011 e dezembro de 2021 em 2 grandes centros de hospitais privados. Os critérios diagnósticos de IC foram baseados nos sinais e sintomas clássicos. Os pacientes foram divididos em dois grupos conforme a presença ou ausência de DRC, definida pelo relato prévio da doença associado ao clearance de creatinina < 60 mg/dl. Para a análise estatística, utilizou-se o teste T de Student para variáveis contínuas, o teste qui-quadrado para variáveis categóricas e a regressão de Cox para análise de sobrevivência, com nível de significância de 5%.

Resultados: Foram 1257 indivíduos foram incluídos, idade média de 75 ± 16,7 anos, predominantemente do sexo masculino (57%). Analisando respectivamente ICFEP, ICFELR e ICFER revelou taxas de prevalência de 35,9% x 20,6% x 43,4%. A frequência de DRC foi de 23,3%. Nos grupos com e sem DRC prévia respectivamente a maioria dos pacientes tinha HAS prévia (70,1% x 46,7%, p < 0,001), Diabetes (50,5% x 38,7%, p < 0,001), FA (28% x 19%, p = 0,001), IAM prévio (33,8% x 24,4%, p = 0,001). O tempo médio de internação, respectivamente de indivíduos com e sem DRC foi de 20,94 ± 24,1 x 16,63 ± 27,09 dias (p = 0,15). A mediana do tempo de seguimento foi de 2,5 anos (IIQ: 0,58 - 5,66 anos). A mortalidade hospitalar (8,6% x 8,2, p = 0,9) e tardia (73,7% x 72,3%, p = 0,65) não teve diferença estatística. A análise univariada com regressão de Cox não mostra DRC prévia como fator relacionado significativamente a mortalidade entre os grupos no seguimento desta amostra (HR: 1,0; IC: 0,91 - 1,24).

Conclusão: Apesar da alta prevalência da DRC prévia e sua associação com fatores de risco nesta amostra, não houve impacto significativo na mortalidade geral e sobrevivência pela regressão de Cox no seguimento, sugerindo que outros fatores podem ter impacto, possivelmente a evolução da doença cardíaca.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; doença renal crônica; mortalidade

Arquivos

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

LETÍCIA ZANGIROLAMI PERES, GIOVANNI POSSAMAI DUTRA, BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES, MARAYAH SAMPAIO RUAS DA FONSECA, ADRIANO HENRIQUE GOMES MENEZES, LETICIA DE SOUZA PERES, CLARA BARUFFALDI FARINHAS, ISABELA CANDIDA MONTES CLARO, MARCO ANTÔNIO NETTO ARMANDO RANGEL, MARIANA PINHEIRO GOMES, JOÃO LUIZ FERNANDES PETRIZ, GLAUCIA MARIA MORAES DE OLIVEIRA