Dados do Trabalho

Título

Ectasia de artéria coronária e seu desafios terapêuticos

Resumo

A ectasia de artéria coronária (EAC) é um fenômeno incomum em que fatores genéticos, inflamatórios, hemodinâmicos e degenerativos da matriz extracelular levam a alargamento anormal de um ou mais segmentos coronarianos. Embora a maioria dos casos esteja ligada a fatores de risco cardiovascular tradicionais, algumas doenças autoimunes e anomalias congênitas também foram relacionadas ao desenvolvimento de aneurismas nas artérias coronárias. As complicações mais graves da EAC incluem a formação de coágulos, trombose, infarto miocárdico e até morte súbita. O tratamento da EAC envolve considerações complexas em relação ao manejo medicamentoso, além de incluir possibilidade de intervenção cirúrgica e/ ou percutânea.
SDAS, 44 anos, masculino, hipertenso, dislipidêmico, histórico prévio de infarto agudo do miocárdio e ectasia de coronárias conhecida. Deu entrada no pronto atendimento com angina típica e eletrocardiograma mostrando supradesnivelamento de ST de 1 mm na parede inferior. Realizada dose de ataque de AAS e Clopidogrel e conduzido para laboratório de hemodinâmica para estratificação invasiva. O cateterismo revelou ectasia de artérias coronárias direita (ACD) , circunflexa e descendente anterior. A ACD, além de ectasiada, manifestava oclusão em seu terço médio, com imagem negativa sugestiva de trombo. Foi realizada recanalização e angioplastia com balão em ACD, com importante ectasia e carga trombótica. Paciente recebeu inibidor de glicoproteína IIb/IIIa endovenoso por 24 horas e foi mantido internado em uso de dupla antiagregação plaquetária com AAS e clopidogrel, enoxaparina em dose plena. Após 5 dias, foi submetido a reestudo que demonstrou resultados mantidos. Recebeu alta sem recorrência de angina e em uso de anticoagulação oral.
A terapia clínica para EAC ainda é tema controverso na literatura médica. O papel da terapia antiplaquetária combinada não foi avaliado em estudos randomizados prospectivos. Com base no turbilhonamento do fluxo dentro dos segmentos ectásicos, é sugerida a anticoagulação crônica com varfarina como terapia principal.
O desafio diagnóstico e de tratamento da ectasia coronária reside na necessidade de identificar precocemente a condição, gerenciar as complicações, e decidir individualmente possíveis intervenções. Em suma, o manejo da EAC requer uma abordagem multidisciplinar e são necessários estudos prospectivos e registros para aprofundar nosso conhecimento na condução dessa doença.

Palavras Chave

Ectasia de artéria coronária; Infarto do Miocárdio; Cateterismo cardíaco

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