Dados do Trabalho


Título

Hipertensão Arterial Pulmonar do Grupo 1 em Paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico: Um Relato de Caso

Resumo

A Hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença grave e com alta mortalidade. Em pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), a HAP é uma complicação pouco frequente, e pode estar relacionada a: Doença Pulmonar Intersticial, Tromboembolismo Pulmonar ou Doença Primária da Artéria Pulmonar.

Paciente do sexo feminino, 20 anos, gestação há um ano com parto prematuro devido à pré-eclampsia e, desde então, hipertensa. Evolui, nos meses seguintes, com eritema malar, poliartrite e fenômeno de Raynaud, associados a dosagens de FAN, Anti-Sm, Anti-RNP e Anti-DNA positivas. Firmado, então, o diagnóstico de LES e iniciado tratamento com Hidroxicloroquina. Não obstante, passa a apresentar dor precordial em aperto e dispneia progressiva, até os pequenos esforços. Ecocardiograma transtorácico evidenciou derrame pericárdico moderado e disfunção biventricular, além de pressão sistólica da artéria pulmonar de 60 mmHg. Dosados NT-pró-BNP, de 12549 pg/mL, e Troponina I de 0,008 ng/mL. Internada para manejo clínico e investigação, sendo submetida à Ressonância Magnética Cardíaca, que mostrou aumento do tronco pulmonar, sinais de sobrecarga e disfunção sistólica moderada do ventrículo direito (fração de ejeção de 30%), hipertrofia e disfunção moderada do ventrículo esquerdo (43%), sinais de pericardite, com derrame leve, e sem evidências de fibrose pela técnica do realce tardio. Seguiu investigação com Angiotomografia de Tórax, sem sinais de Tromboembolismo Pulmonar. Cateterismo Cardíaco Direito demonstrou HAP moderada à grave, com padrão pré capilar isolado (Pressão arterial capilar de 7 mmHg; Pressão arterial pulmonar média de 44 mmHg; Resistência vascular pulmonar de 7,2 Wood). Iniciou tratamento com Corticoide, Sildenafil e Micofenolato de Mofetila, além de manutenção da Hidroxicloroquina. Evoluiu com resolução dos sintomas e recebeu alta hospitalar, com seguimento ambulatorial.

Pacientes com LES e HAP, devem receber o mesmo tratamento daqueles pacientes com HAP Idiopática, com indicação de dupla terapia com um Antagonista de Receptor de Endotelina e um Inibidor da Fosfodiesterase-5. Em conjunto com a terapia especifica da HAP, a terapia imunossupressora no LES está associada à melhora clínica. A Ciclofosfamida é a droga, associada aos Corticosteroides, com maior evidência de resposta terapêutica. No entanto, acredita-se que o Micofenolato tenha um importante efeito na redução da atividade de doença em complicações pulmonares e cardiovasculares do LES.

Palavras Chave

Lúpus Eritematoso Sistêmico; Hipertensão Arterial Pulmonar; insuficiência cardíaca

Arquivos

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Pesquisador

Autores

LUCAS OLIVEIRA MACHADO, MAÍRA KÜSTER MACHADO, HUGO RODRIGUES, MOZART BELLAS RODRIGUES, RODRIGO CUTRIM GAUDIO, EVANDRO TINOCO MESQUITA, MARIO LUIZ RIBEIRO, ANDRE LUIZ SILVEIRA SOUSA, FERNANDO BIZZO SAMPAIO, LUIZA RODRIGUES ALVES, NATÁLIA RODRIGUES QUERIDO FORTES, SHARA LOCH FORNASA