Dados do Trabalho


Título

Comunicação interventricular pós Infarto agudo do miocárdio com evolução atípica: relato de caso

Resumo

Introdução: A Comunicação Interventricular (CIV) que ocorre após Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é um evento raro. Está relacionada com alta mortalidade quando não diagnosticada e tratada adequadamente. Este relato tem como objetivo descrever um caso de CIV pós IAM com apresentação crônica, insidiosa e de diagnóstico tardio.
Relato de Caso: Paciente 76 anos, sexo feminino, internada para investigação de dispneia progressiva, atualmente em classe funcional New York Heart Association (NYHA) III iniciada há 3 anos. Relacionava início dos sintomas após internação hospitalar em 2020 onde recebeu diagnóstico de IAM e não teve acesso para realização de cineangiocoronariografia na ocasião. Ecocardiograma transtorácico mostrou aumento importante de câmaras cardíacas direita, ventrículo esquerdo (VE) com déficit segmentar septal inferior médio-basal, acinesia inferior e fração de ejeção preservada. Contratilidade de ventrículo direito (VD) diminuída em grau leve. Pressão sistólica pulmonar estimada 95mmHg, CIV em terço médio inferior e fluxo esquerda-direita. Ressonância cardíaca confirmou CIV em segmento médio-apical de parede ínfero-septal do VE, diâmetro 15mm e sinais de shunt esquerda-direita. Cineangiocoronariografia com padrão de lesão multiarterial, avaliação de pressões de VD e artéria pulmonar confirmou hipertensão pulmonar grave com repercussão hemodinâmica. Tratada clinicamente com diuréticos e vasodilatadores, discutido em Heart Team com decisão de tratamento percutâneo por risco cirúrgico elevado.
Discussão: A incidência de complicações mecânicas caiu significativamente na era dos fibrinolíticos e intervenção percutânea, atualmente estimada entre 0,2 e 1% pós-IAM. Podendo acontecer nas primeiras 24 horas após evento agudo, porém mais comumente entre o 3 e 5 dia e sintomas que podem variar de precordialgia, dispneia, edema agudo pulmonar a choque cardiogênico. Ao exame físico, a presença de sopro sistólico novo aumenta a suspeição e o diagnóstico pode ser confirmado por ecocardiograma com boa sensibilidade e especificidade. CIV é potencialmente fatal e, portanto, requer identificação e tratamento imediatos. A cirurgia é atualmente considerada o tratamento de escolha para pacientes com síndrome coronariana aguda e complicações mecânicas, embora estratégias percutâneas sejam ocasionalmente utilizadas de acordo com perfil de risco cirúrgico.

Palavras Chave

Comunicação Interventricular; Comunicação Interventricular Síndrome coronariana aguda; Dor torácica.

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

REGINALDO CLAUDIO DA SILVA FILHO, MAYARA DA SILVA CUSTODIO, GUSTAVO LIBERALINO DA NÓBREGA SANTOS, FERNANDA MALVESTIO DE FARIA, ITALA MARIA ROSENDO DA SILVA, CAMILA MELO DA SILVA, GLAUCO GARCIA PEREIRA, ANA LAURA VILELA ARFELLI VALLIN, RAPHAEL NOVAIS FARIA FROTA, PEDRO IVO DE MARQUI MORAES