Dados do Trabalho


Título

Dissecção Espontânea de Artérias Coronárias de repetição: um desafio terapêutico no cenário da Reabilitação Cardíaca

Resumo

INTRODUÇÃO: A reabilitação cardíaca (RC) é apoiada como um programa seguro e eficaz para pacientes com Dissecção Espontânea de Artérias Coronárias (DEAC), sem associações relatadas com eventos cardiovasculares adversos importantes. RELATO DO CASO: sexo feminino, 42 anos, casada, natural de São Paulo, portadora de transtorno de ansiedade, em uso de implante de Gestrinona e Testosterona há 6 meses. Admitida no pronto-atendimento com dor precordial de forte intensidade, irradiação para membro superior esquerdo, associada a mal estar, iniciada em repouso há uma hora da admissão. Ao eletrocardiograma (ECG), apresentava supradesnivelamento do segmento ST (supra ST) anterior. Foi submetida à Cineangiocoronariografia (CATE), que evidenciou dissecção espontânea do tipo II no seu terço médio/distal em artéria Descendente Anterior (ADA), mas com bom diâmetro luminal e fluxo distal TIMI 3. Optado por tratamento clínico. Após 4 dias da admissão hospitalar, apresentou recorrência de angina e ECG com novo supra ST anterior. No período da tarde havia realizado sessão de fisioterapia motora com exercícios ativos de membros com step e aeróbico com bicicleta, ambos sem carga, durante 20’ no Centro de Reabilitação (CR) da UCO. Realizado novo CATE, que mostrou aumento da área de dissecção em ADA em direção ao vaso proximal e oclusão do vaso distal, além de dissecção espontânea do tipo Il em seu terço médio/distal no 2º ramo diagonal. Após 3 dias, retomado sessões de RC no CR da UCO, com exercício em esteira (duração 30’ intercalado com repouso, velocidade 3km/h, BORG 10-12), evoluiu com novo episódio anginoso e pico hipertensivo, com ECG evidenciando supra ST em parede inferior. Em angiotomografia de artérias coronárias visualizada imagem sugestiva de dissecção de artéria circunflexa. Após sucessivos episódios de DEAC, repetido ecocardiograma que mostrou trombo intracavitário em ventrículo esquerdo. Em investigação adicional, diagnosticada com Displasia Fibromuscular. Recebeu alta com Clopidogrel e Rivaroxabana. Após 60 dias da alta, reiniciou sessões de RC ambulatorial, assintomática e com excelente aproveitamento físico, emocional e melhora na qualidade de vida. CONCLUSÃO: É descrito na literatura que o uso de hormônios, a Displasia Fibromuscular e exercício vigoroso fazem parte da patogênese dessa doença. O benefício da RC é consistente para DEAC, contudo ainda é discutível o tempo ideal para o seu início, bem como o protocolo a ser realizado nas sessões.

Palavras Chave

Reabilitação cardíaca; Dissecção espontâneo de coronária; Esteróides Androgênicos Anabolizantes

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA DO ESPORTE, EXERCÍCIO, ERGOMETRIA E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

GABRIELA GIDI MOTA, FRANCISCO EBERTH MARINHO MARQUES, LUCIANA DINIZ NAGEM JANOT DE MATOS