Dados do Trabalho

Título

A injúria miocárdica em pacientes com hipertrofia ventricular tem maior impacto em mortalidade em pacientes internados por COVID19?

Resumo

Introdução: A injúria miocárdica é conhecido marcador prognóstico na COVID-19. Pacientes com hipertrofia ventricular possuem maior massa ventricular e, teoricamente, estariam mais vulneráveis à ocorrência de injúria miocárdica. No entanto, sua influência na mortalidade nesses pacientes é desconhecida.
Objetivos: Comparar a mortalidade de doentes internados com COVID-19 conforme a ocorrência de injúria miocárdica e hipertrofia ventricular esquerda.
Métodos: Foram incluídos pacientes que internaram em unidade em terapia intensiva com diagnóstico confirmado de COVID-19 e que realizaram ecocardiograma nas primeiras 48h da admissão e que tiveram pelo menos uma dosagem de troponina durante a internação. Consideramos injúria miocárdica (IM) quando o valor de troponina ultrassensível ultrapassou o percentil 99 proposto pelo fabricante e hipertrofia ventricular esquerda (HVE) quando o ecocardiograma revelava um índice de espessura relativa da parede (ERP) > 0,42. Foram criados 4 grupos conforme a ocorrência de IM e HVE: grupo 1 (sem IM e sem HVE); grupo 2 (sem IM e com HVE); grupo 3 (com IM e sem HVE) e grupo 4 (com IM e com HVE). Esses grupos foram avaliados para mortalidade intra e extra-hospitalar através da regressão de Cox.
Resultados: Foram incluídos 646 pacientes, idade média=61,8±15,9 anos, 63,3% homens. Ocorreram 171 óbitos (26,5%). A mediana de seguimento foi 2,28 anos (IIQ 1,40-2,65). A prevalência de IM e HVE foram, respectivamente: 55,7% e 43,5%. Na análise de regressão de Cox, quando comparado ao grupo 1, o grupo 2 não exibiu diferença de mortalidade (HR 1,08; IC95% 0,58-2,05), mas o grupo 3 (HR 2,79; IC95% 1,72-4,50) e grupo 4 (HR 4,08; IC95% 2,56-6,52) apresentam maior ocorrência de mortalidade no seguimento.
Conclusão: Pacientes com HVE que internaram por COVID-19 apresentaram maior mortalidade em curto e longo prazo quando manifestaram IM. Esses achados destacam a importância da avaliação precoce da função cardíaca e do risco de IM em pacientes com COVID-19.

Palavras Chave

“COVID-19”; Injúria Miocárdica; Hipertrofia ventrículo esquerdo

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