Dados do Trabalho


Título

A ansiedade e sua relação com a disfunção endotelial em indivíduos jovens e sem doença cardiovascular

Resumo

Introdução: Ansiedade é um transtorno psiquiátrico prevalente e está relacionado a piores desfechos cardiovasculares. Um mecanismo que pode mediar essa relação é a disfunção endotelial, importante fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV). Porém, a correlação entre ansiedade e função endotelial em indivíduos jovens sem DCV carece de estudos.

Objetivo: Investigar a relação entre ansiedade e função endotelial em população jovem sem DCV.

Métodos: Estudo transversal, incluídos indivíduos de ambos os sexos, com ecocardiograma e Doppler de carótidas normais, sem doença atual e prévia ou uso de medicação contínua que influenciasse na avaliação endotelial. Para análise da função endotelial, foi realizada ultrassonografia da artéria braquial e calculado percentual de dilatação fluxo-mediada (%DFM), após oclusão do braço por 5 minutos. Disfunção endotelial se DFM < 10%. Ansiedade foi avaliada pelo Generalized Anxiety Disorder 7-item scale (GAD-7). O rastreio para transtorno de ansiedade é positivo se GAD-7 > 10 pontos. Quanto maior o escore no GAD-7, maior a gravidade dos sintomas. Com o SPSS 24®, foi aplicado Teste t, Qui-quadrado, regressão linear e correlação de Pearson. O intervalo de confiança foi de 95% (IC95%), sendo calculada a odds ratio (OR), considerando nível de significância de 5%.

Resultados: Incluídos 208 indivíduos, 45,3% do sexo feminino, idade média 29,85 ±10,6 anos. O valor médio do GAD-7 foi de 7,6 pontos. A prevalência do rastreio positivo para transtorno de ansiedade foi de 32,2%, sendo mais frequente no sexo feminino (OR=2,6; IC95%: 1,639-4,193; p<0,001). A prevalência de disfunção endotelial foi de 34,1%, com uma média de DFM de 11,5%. Houve significativa associação entre ansiedade e disfunção endotelial (OR=3,227; IC95%=1,710-4,745; p<0,001). Além disso, foi evidenciado que maiores sintomas ansiosos estão relacionados a menor DFM da artéria braquial (R=0,215; p=0,03). Em modelo controlando as variáveis de idade, sexo, atividade física, tabagismo e IMC, a correlação mantém-se presente, apontando a relação negativa da ansiedade na disfunção endotelial (r=0,273; p<0,001).

Conclusão: A ansiedade foi associado à disfunção endotelial em pacientes jovens sem DCV. Além disso, maior gravidade dos sintomas ansiosos se relacionou a maior disfunção. Estudos futuros poderão investigar se intervenção, farmacológica ou não, para ansiedade é capaz de melhorar a função endotelial e diminuir o risco cardiovascular nesta população.

Palavras Chave

ansiedade; função endotelial; adultos jovens.

Área

ESPIRITUALIDADE E MEDICINA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

PEDRO BASTOS DE MEDEIROS, ANDRE CASARSA MARQUES, MATHEUS NAKAZATO TINOCO, LETÍCIA SILVA FLÔR DOS SANTOS, ISADORA DE SÁ GUIMARÃES , KELEN CAROLINA SILVA CRUZ, JULIO CESAR TOLENTINO