Dados do Trabalho


Título

MIOCARDITE EOSINOFÍLICA POR ASCARIDÍASE - RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: Miocardite eosinofílica é uma patologia rara, sub-diagnosticada, caracteriza por infiltração do miocárdio por eosinófilos. Possui manifestações clínicas diversas, podendo se apresentar desde dispneia, dor torácica, alterações no ritmo, choque cardiogênico à óbito, sendo assim, uma doença potencialmente grave que dentre suas etiologias deve ser ponderado verminoses como a ascaridíase como um dos diagnósticos diferenciais.

DESCRIÇÃO: Paciente feminina de 34 anos, hipertensa, ex tabagista, atendida em janeiro de 2023 no Hospital de Nossa Senhora da Glória-SE e posteriormente referenciada ao Hospital Cirurgia de Aracaju-SE devido quadro de dor torácica ventilatório-dependente, associado a dispneia que piorava aos esforços. ECG com ritmo sinusal e alteração de repolarização inespecífica difusa e troponina positiva. Apresentava uma dor torácica atípica, com predominância de dispneia em detrimento de dor, associado a turgência de jugular. Diante do quadro mais sugestivo de insuficiência cardíaca(IC), foi realizado uma ressonância magnética cardíaca (RMC), que mostrou uma fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE): 66%, Diâmetro Diastólico Final do Ventrículo Esquerdo ( DDFVE):46 mL, átrio esquerdo: 56 mL, septo:12mm, parede lateral:12 mm, cavidades ventriculares pequenas com átrios aumentados, diante disso, suspeitou-se de uma insuficiência cardíaca de fenótipo restritivo. Durante a internação paciente exibia uma eosinofilia persistente, levando a hipótese de síndrome hipereosinofílica, que foi corroborado na presença de um verme, Áscaris lumbricoides, que foi expelido pela boca da paciente no 4º dia de internação, sendo tratado prontamente a ascaridíase, com redução da eosinofilia. O quadro primário da ascaridíase levou a uma síndrome hipereosinofílica, que culminou em uma IC de padrão restritivo. Após 6 meses da alta hospitalar, em acompanhamento ambulatorial, foi realizado uma nova RMC com FEVE 69%, DDFVE 48 mL, átrio esquerdo 32, septo 9 mm e parede posterior 9 mm, destacando assim, uma normalização do fenótipo restritivo.

CONCLUSÃO: Apesar de raro, diante de um paciente com IC de fenótipo restritivo e eosinofilia persistente, deve-se pensar na possibilidade de uma miocardiopatia associado a síndrome hipereosinofílica, sendo um dos diagnósticos diferenciais desta síndrome as verminoses.

Palavras Chave

Miocardite eosinofílica; ascaridíase; doença restritiva

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ANDRIELLE FERNANDES FERREIRA, CARLOS AURÉLIO SANTOS ARAGÃO, ROBERTO CINTRA DE AZEVEDO ARAGÃO, IBELLIZE MOREIRA SANTIAGO, ELOAH CAROLINA DA CONCEIÇÃO FREITAS, AÉLIO CARDOSO DE SÁ FILHO, MILENA DOS SANTOS BARROS CAMPOS