Dados do Trabalho


Título

Uso de nova técnica para correção cirúrgica de CIV pós-infarto: relato de caso

Resumo

Introdução: Comunicação interventricular (CIV) após infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma complicação mecânica rara com incidência de 0,04% a 0,21%. Tem alta mortalidade, cerca de 90%, e a correção cirúrgica também. A abordagem tradicional envolve ventriculotomia esquerda, com riscos como fibrose do miocárdio sadio, disfunção ventricular, shunt residual, arritmia e hemorragia. Relatamos correção cirúrgica de CIV pós IAM por nova proposta, via aorta e átrio direito (AD).
Relato do Caso: Paciente feminina, 66 anos, história prévia de Lúpus em remissão, IAMSST em fev/24, com angioplastia tardia de coronária direita. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) com miocardiopatia segmentar, FEVE 55%, aneurisma basal da parede inferior, aumento de ventrículo direito (VD), regurgitação mitral moderada e tricúspide importante, CIV inferior de 5 mm com shunt esquerda-direita. Com localização favorável, optou-se pela correção cirúrgica sem ventriculotomia. Foram abertos aorta e AD. Pela aorta injetou-se soro para localizar o defeito. Inserido fio através da CIV passando pela válvula aórtica e saindo pelo AD, através da valva tricúspide. Foram utilizados dois patches, feitos de pericárdio bovino e de teflon, unidos com sutura contínua. As medidas dos patches foram de 2,5 cm e 1,5 cm de diâmetro. Três pontos de sutura de poliéster trançado foram passados na parte central do patch maior, que ficou do lado esquerdo. As suturas do patch maior foram amarradas à extremidade aórtica do fio. Em seguida, puxando a extremidade tricúspide do fio, o patch foi colocado no VE com a camada de teflon contra o septo. Os fios foram então foram passados através do septo, pelo AD e passadas no patch menor do lado direito. O patch direito foi colocado no VD e as suturas de poliéster amarradas, juntando os patches e estabelecendo a reconstrução do septo interventricular. A paciente evoluiu bem no pós-operatório imediato, tendo sido realizado ECOTT sem evidência de shunt residual.
Conclusão: A técnica relatada para reparo da CIV inferior pós IAM é possível de ser realizada e apresenta vantagens em relação à tradicional: menor tempo cirúrgico e de CEC (neste caso, 55 minutos); menor risco de sangramentos e arritmias; ausência de fibrose cicatricial em VE e manutenção de músculo sadio na parede anterior. A maior dificuldade encontrada durante a cirurgia foi localizar a CIV para passagem do fio que orienta o posicionamento dos patches. O resultado ecocardiográfico pós-cirurgia foi satisfatório.

Palavras Chave

Comunicação Interventricular; Infarto Agudo do Miocárdio; complicação mecânica após infarto

Arquivos

Área

CIRURGIA CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

GABRIELA ZAMUNARO LOPES RUIZ, THIAGO EUSTÁQUIO SILVA ASEVEDO, THIAGO DE OLIVEIRA ANTUNES ANTUNES, LUIS HENRIQUE OLIVEIRA MOREIRA, DJENANE FIGUEIREDO DE REZENDE, JULIANA DE OLIVEIRA OTÁVIO, LUANA DE PAIVA RODRIGUES GUIMARÃES, GUSTAVO ANDRÉ PEDRAL DINIZ LEITE, MATHEUS DE FRANÇA FURTADO, CAIO RIBEIRO ALVES ANDRADE, GABRIELA MIANA DE MATTOS PAIXÃO, CLAUDIO LEO GELAPE