Dados do Trabalho

Título

Ablação por campo elétrico pulsado versus ablação térmica: uma revisão sistemática e meta-analises

Resumo

Introdução Pacientes com fibrilação atrial (FA) refratários a medicações comumente necessitam de tratamento por ablação por cateter. Convencionalmente, este procedimento é feito por ablações térmicas (TA), envolvendo radiofrequência (RF) ou crioablação (CB), que buscam o isolamento das veias pulmonares (IVP). No entanto, a TA é associada a efeitos colaterais importantes, especialmente danos no esôfago e nervo frênico. A ablação por campo elétrico pulsado (PFA) é uma terapia alternativa e promissora que utiliza de eletroporação para induzir a morte celular da área cardíaca desejada, sem gerar danos às estruturas ao redor do coração. Sua eficácia e segurança vêm sendo estudada para pacientes com FA persistente (PersAF) ou FA paroxística (PAF). Objetivo Este estudo comparou as eficácias em curto e longo prazo, bem como a segurança, da PFA e da TA. Métodos Realizamos uma revisão sistemática e meta-análise seguindo as diretrizes do PRISMA. Incluímos ensaios controlados randomizados e não randomizados que compararam PFA e TA em pacientes com FA submetidos à sua primeira ablação de IVP. Nós utilizamos as base de dados do PubMed, Cochrane Library e Embase para seleção dos estudos e o R statistical software para análises estatísticas. O grupo TA foi dividido em subgrupos de CB e RF, e os pacientes com FA foram divididos em subgrupos PAF e PersAF para análise adicional. Resultados Foram incluídos dezoito estudos envolvendo 4.998 pacientes em nossa análise. No geral, comparada à TA, a PFA foi associada a um tempo de procedimento mais curto (MD, -21,68; IC 95%: -32,81–[-10,54]), mas um tempo de fluoroscopia mais longo (MD, 4,53; IC 95%: 2,18–6,88). E m relação à segurança, menores taxas de lesões (peri)esofágicas (OR 0,17; IC 95%: 0,06–0,46) e maiores taxas de tamponamento (OR 2,98; IC 95%: 1,27-7,00) foram observadas após a PFA. Na avaliação da eficácia, a PFA foi associada a uma melhor taxa de isolamento na primeira passagem (OR 6,82; IC 95%: 1,37-34,01) e uma taxa de falha de tratamento mais baixa (OR 0,83; IC 95%: 0,70-0,98). A análise de subgrupos não mostrou diferenças entre PersAF e PAF. Porém, CB foi relacionado a uma maior incidência de lesões (peri)esofágicas, menor sucesso agudo de IVP e menor tempo de procedimento. Conclusão Comparada à TA, PFA mostrou melhores resultados de eficácia em curto e longo prazo em pacientes com PAF e PersAF, mas diferenças significativas em segurança, com menores taxas de lesões (peri)esofágicas e maiores taxas de tamponamento.

Palavras Chave

Ablação por campo elétrico pulsado; Fibrilação atrial

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