Dados do Trabalho
Título
FATORES DE RISCO, DOENÇAS CARDIOMETABÓLICAS E CONTROLE TENSIONAL EM AMOSTRA POPULACIONAL DE MUNICÍPIO DA REGIÃO SUL DO BRASIL
Resumo
Introdução: Os dados de prevalência nacional de hipertensão arterial (HAS) são inconsistentes. Influências socioeconômicas, raciais, climáticas, bem como de hábitos regionais podem influenciar significativamente tanto na prevalência como nas taxas de controle da HAS. Objetivo: Avaliar a prevalência de fatores de risco, doenças cardiometabólicas, e a taxa de controle tensional em amostra populacional de município da região Sul do Brasil. Método: Coleta de dados sociodemográficos básicos, histórico de fatores de risco e doenças cardiometabólicas, aferição da pressão arterial como recomendado em diretrizes e medidas antropométricas. As prevalências foram expressas em percentuais e as associações entre o histórico de HAS, os níveis tensionais e as variáveis independentes, conforme a caracterização, foram avaliadas por meio do teste Quiquadrado, de Fisher, Mann-Whitney, correlação de Spearman. Resultados: 408 indivíduos, 50.5 % mulheres, média de idade 59,2 anos. 14,6% tabagistas, 8,7 % etilistas > moderado, 48.9 % sedentários, 34.7 % obesos, 55,9% tinham obesidade abdominal, 20.8 % diabetes, 35,4% dislipidemia e 51.5 % HAS. Entre os hipertensos, 42,3% tinham pressão arterial (PA) < 140/90 mmHg, 57,7% acima desses níveis. 84,6% usavam medicação regularmente e 15,4% não, 70% faziam acompanhamento médico regular e 30% não. Entre os sem histórico de HAS, 65,8% apresentavam PA < 140/90 mmHg e 34,2% apresentavam níveis superiores sugerindo HAS desconhecida. O histórico de HAS se relacionou significativamente com a obesidade, obesidade abdominal, diabetes e dislipidemia (p < 0,001), e não se relacionou com o sedentarismo, tabagismo, etilismo e os hábitos alimentares. Houve associação significativa entre a PA sistólica e o uso regular de medicação (p=0,006), mas não da diastólica. Não houve associação significativa entre os níveis tensionais e o acompanhamento médico regular ou a escolaridade. Conclusão: A prevalência de diabetes e sedentarismo foi próxima de 2 vezes maior, e a de obesidade mais do que o dobro da estimativa global. O etilismo foi mais e o tabagismo e a dislipidemia foram menos prevalentes comparados aos dados mundiais. A prevalência de HAS foi maior e aderência à terapêutica anti-hipertensiva foi melhor que a observada a nível global. O acompanhamento médico regular ou o nível de escolaridade, não foram associados significativamente com os níveis tensionais, podendo-se inferir que atuação do médico pode ser o fator de maior importância nesse contexto.
Palavras Chave
Hipertensão Arterial; Fatores de Risco; Adesão ao Tratamento
Arquivos
Área
EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL
Categoria
Pesquisador
Autores
MARIO CLAUDIO SOARES STURZENEKER, KARYN MARIA WENGLAREK, THAIS LIMA SILVA, BRUNA KARAS, JAQUELINE MEERT PARLOW, ISABELA HESS JUSTUS, CRISANGELA CRISTIN CONSUL, FLAVIA CRISTINA COLMENERO, GABRIEL SANTOS, MAIZA PELLISSARI MIGLIORINI, MAYSA ORTOLANI MATERA, GUSTAVO LUIZ PACHER SCHMITZ