Dados do Trabalho


Título

Anemia hemolítica secundária a disfunção de prótese mitral em paciente octagenária: um relato de caso

Resumo

INTRODUÇÃO: O refluxo paravalvar é uma complicação potencial após a substituição valvar. O aumento da prevalência de doenças valvares devido ao envelhecimento da população torna crucial o tratamento dessas complicações. Descrevemos o caso de uma paciente idosa diagnosticada com refluxo paravalvar 13 anos após a substituição valvar dupla com próteses mecânicas. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 81 anos, portadora de doença valvar reumática, hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo e doença renal crônica não dialítica (estágio G3a). Histórico de substituição valvar dupla (aórtica e mitral) com próteses mecânicas em 2010. Nos últimos 2 anos, em acompanhamento ambulatorial com hematologista por diagnóstico de anemia hemolítica refratária, realizando três transfusões sanguíneas durante esse período. Admitida em ambiente hospitalar por dispneia aos mínimos esforços e astenia. Sem alterações significativas ao exame físico. Exames laboratoriais: LDH elevada, bilirrubina total e indireta aumentadas, haptoglobina consumida, Coombs direto não reagente e perfil de ferro normal. O ecocardiograma transtorácico mostrou prótese mecânica mitral com possível refluxo paraprotético de difícil quantificação. Posteriormente foi realizado ecocardiograma transesofágico, que confirmou a presença de refluxo significativo ao redor da prótese mitral. Diante dos achados, o diagnóstico de anemia hemolítica microangiopática relacionada à prótese mecânica foi considerado. Devido ao alto risco cirúrgico (EuroSCORE II de 9,23% e escore STS de 5,33%) e à recusa da paciente em passar por nova cirurgia de substituição valvar, optou-se pelo tratamento percutâneo. O procedimento foi realizado sob anestesia geral, com implante de dois plugs vasculares Amplatzer®️ para fechar o refluxo paravalvar. O ecocardiograma transesofágico intraoperatório confirmou o sucesso do procedimento, com refluxo paravalvar mínimo. A paciente foi transferida para a UTI para monitoramento pós-operatório e apresentou recuperação satisfatória, recebendo alta hospitalar após 8 dias. No acompanhamento ambulatorial, relatou melhora completa dos sintomas, destacando a eficácia do tratamento percutâneo como uma alternativa viável em casos de alto risco cirúrgico para a correção de complicações valvares. CONCLUSÃO: este relato ressalta a relevância das complicações tardias da substituição valvar e a eficácia do tratamento percutâneo em pacientes idosos com alto risco cirúrgico.

Palavras Chave

valvopatia; Prótese valvar; anemia hemolítica

Área

PERICÁRDIO / ENDOCÁRDIO / VALVOPATIAS

Categoria

Iniciação Científica

Autores

ANA CAROLINA KRACHINSKI DE ANDRADE GAMA, LUCAS LATCHUK MARTINS, JULIANA BUENO REFUNDINI, LUIZA MARIA DIAS ABBOUD HANNA, MICHELLE BOZKO COLLINI , ADRIANA DA SILVA, CAROLINA DE OLIVEIRA MONTENEGRO