Dados do Trabalho


Título

Prevalência de fatores de risco não diagnosticados em pacientes admitidos por um IAM

Resumo

INTRODUÇÃO: Uma das grandes importâncias da atenção primária à saúde (APS) é a identificação de potenciais fatores de risco para doenças mais graves, como o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Apesar da melhora do acesso à atenção primária nos últimos anos, parcela importante da população que apresenta diabetes mellitus (DM), hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia pode não ter conhecimento destes fatores altamente associados a um maior risco cardiovascular (RCV), mesmo estes sendo diagnosticados com simples exames laboratoriais. Desse modo, conhecer a taxa de pacientes diagnosticados com fatores de risco cardiovasculares somente após um episódio de IAM pode nortear políticas de melhorias da atenção primária no sistema único de saúde. OBJETIVO: Analisar a prevalência de pacientes com DM, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia diagnosticados somente após o IAM em um hospital universitário. METODOLOGIA: Estudo de coorte retrospectivo com pacientes que iniciaram acompanhamento no ambulatório de pós-IAM em maio de 2023. Durante a primeira consulta, os pacientes foram questionados se eram ou não portadores de DM, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia, com respostas de “sim” ou “não”. Os dados de HbA1c, colesterol LDL e triglicerídeos (TG) foram retirados dos exames de admissão por IAM. RESULTADOS: Dentre os 107 da coorte inicial, uma parcela dos pacientes não apresentou dados de HbA1c (13), colesterol LDL (21) e TG (18) em prontuário. 10 dos 48 pacientes (20,8%) com HbA1c ≥6,5% desconheciam que eram diabéticos antes do IAM. Dos 24 pacientes com LDL ≥130mg/dL, 14 (58,3%) não sabiam que eram portadores de hipercolesterolemia e, dentre eles, 8 (57,1%) apresentaram LDL ≥160mg/dL. Por fim, dos 20 pacientes com trigliceridemia ≥150mg/dL no IAM, 13 (65%) desconheciam sua condição. CONCLUSÃO: O desconhecimento sobre o próprio RCV interfere diretamente no controle dos fatores de risco, já que não se pode tratar o que ainda não foi diagnosticado. Os resultados demonstraram que um número significativo de pacientes com IAM esteve impossibilitado de controlar adequadamente o RCV, nos levando a concluir que podem existir falhas no acesso ou na eficácia da APS e conseguinte desconhecimento acerca de condições intimamente relacionadas a complicações cardiovasculares. Nosso estudo corrobora a importância do diagnóstico precoce dos fatores de risco, sendo fundamental a ampliação do acesso à atenção primária para que o cenário evidenciado seja gradualmente revertido.

Palavras Chave

atenção primária; Risco Cardiovascular

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

ANA JÚLIA PINTO PEREIRA, JAQUELINE FREIRE CARDOSO, HELLEN CRISTINA DOS SANTOS, ISABELLA GOMES MAGGESSI, JULYANE CRISTINA DOS SANTOS FELICIO, BRUNO DE SOUZA PAOLINO